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As 43 famílias que ocupam um ginásio de esportes da Escola Municipal Henrique de Souza, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, vivem um impasse. A prefeitura já enviou uma notificação extra-judicial solicitando a devolução do espaço e deve entrar na justiça com uma ordem de desocupação. Já a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) diz que não há uma solução imediata para o problema, já que não há casas disponíveis e que é preciso respeitar a ordem do cadastro para os interessados nos programas habitacionais do governo. As famílias, por sua vez, afirmam que não têm para onde ir.

Essas famílias ocupavam irregularmente uma área de preservação ambiental no bairro Guarituba e foram levadas temporariamente para a escola em dezembro. De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Piraquara, Gilmar Clavisso, a prefeitura precisa do espaço para realizar jogos escolares e preparar para o início das aulas. "Não tem outra solução. A escola é dos alunos e o município não dispõe de orçamento ou programas para atendê-los", diz. Inicialmente, a informação é de que havia 39 famílias no local, mas segundo cadastro dos moradores e da Cohapar, são 43 famílias vivendo no ginásio.

Segundo Maria Joana Trachinski, uma das coordenadoras da Associação de Proteção e Desenvolvimento dos Moradores , diz que das 380 famílias que estavam na ocupação, 69 não tinham para onde ir. Dessas, restaram as 43 que ainda vivem no ginásio. "Essas pessoas têm parentesco com outras que moram na região. Ficaram na casa dos parentes, as dificuldades foram aparecendo e agora não podem voltar", diz. Segundo Maria Joana, uma reunião vai definir o que as famílias vão fazer. Ela diz que há a possibilidade de eles ficarem na rua ou irem para uma propriedade particular que seria utilizada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A Cohapar se reuniu com as famílias nesta segunda-feira (17), após receber os relatos da situação precária onde eles viviam. "Tivemos um contato para ver se há algum futuro projeto que poderia contemplá-los, mas, de momento, eles teriam de sair de lá. Infelizmente, não teria como ceder outras áreas no bairro para eles e o projeto do PAC já tem um cadastro prévio de pessoas que aguardam o término das obras para se mudarem", afirma Nelson Cordeiro Justus, diretor de relações institucionais da Cohapar.

O diretor salienta que a atual diretoria da Cohapar não vai negociar com pessoas que estejam invadindo áreas públicas e que vai respeitar as pessoas que já efetivaram cadastros.

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