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Santa Tereza do Oeste

Famílias são despejadas de área pública no Oeste do Paraná

Cerca de 400 policiais foram deslocados para retirar as 64 famílias da área que ocupavam havia seis meses

Pessoas foram removidas da área pela PM | Ailton Santos/Gazeta do Povo
Pessoas foram removidas da área pela PM (Foto: Ailton Santos/Gazeta do Povo)

Um grupo de 64 famílias que havia seis meses ocupava irregularmente uma área pertencente ao município de Santa Tereza do Oeste, foi despejado na manhã desta quinta-feira (17), durante uma operação de reintegração de posse que mobilizou aproximadamente 400 policiais militares de vários batalhões das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Não houve confronto e após a chegada da polícia os moradores deixaram o local e se concentraram em frente à prefeitura. Houve protestos também em frente à casa do prefeito Amarildo Rigolin (PP) e do vice Carlos José Weiber.

Muitas pessoas choravam e diziam que não sabiam o que fazer. Gilberto Antonio de Oliveira, que também é sem-teto, mas mora em outra área da cidade foi até o local para prestar apoio às famílias. Ele disse que o prefeito alegou à Justiça que havia muitas pessoas de fora engrossando o acampamento, mas, segundo Oliveira, isso não é verdade. “O prefeito nunca sai na rua para ouvir a população. A gente só queria que ele aparecesse e resolvesse o problema”, afirma.

Antônia Rodrigues, de 66 anos, disse que estava triste pelas crianças que não terão para onde ir. “Eu penso nos netos, a gente já está velha, mas os netos são pequenos, deveriam ter um pouco de coração, de amor ao próximo. Isso é muito triste”, afirmou.

Completando 62 anos nesta quinta-feira e há 50 morando em Santa Tereza do Oeste, Antônio Rios disse que não esperava um presente de grego. “Não imaginava que o aniversário de 62 anos fosse dessa forma, mas estou no meio de amigos”, afirmou.

A operação policial teve início por vota das 6 horas e foi comandada pelo tenente-coronel Eudes Camilo da Cruz que acompanhou o oficial de Justiça. Depois de ouvirem a leitura do despacho judicial, os moradores deixaram o local e iniciaram protestos pelas ruas da cidade. “Eles saindo daqui demonstram que não têm interesse nos seus pertences, nos seus objetos pessoais, nos seus barracos”, afirmou o oficial. Por volta das 10h30 os moradores voltaram ao local e os barracos começaram a ser desmontados.

Na prefeitura, ninguém estava autorizado a comentar a decisão judicial. O prefeito Amarildo Rigoln participava de uma reunião em Cascavel e até as 14h30 não havia atendido às ligações da reportagem.

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