Desde 5 de outubro o município de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba (RMC), não faz cesarianas no período da noite. Dessa forma, as grávidas são levadas de ambulância para o Hospital São Lucas, em Campo Largo, também na RMC, que é particular, mas tem convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). Os partos normais são feitos em Fazenda Rio Grande, já as cesarianas deixaram de ser feitas a partir das 19 horas.

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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Fazenda Rio Grande, a demanda por cesarianas à noite era pequena e por isso não havia como deixar uma equipe de plantão no Hospital Nossa Senhora Aparecida. A distância entre os dois hospitais é de aproximadamente 46 quilômetros. E o trajeto deve ser feito entre 20 e 30 minutos, de acordo com a secretaria de Saúde.

Com a medida, o município espera conseguir uma redução nos gastos de R$ 50 mil por mês, valor que deverá ser investido na melhoria da estrutura, ampliação do atendimento do hospital e na contratação de mais médicos. Isso porque as grávidas são atendidas pelo SUS em Campo Largo, e por isso não há gastos para o município de Fazenda Rio Grande. "Não podemos manter uma equipe para fazer duas cesarianas em 30 dias", disse o diretor municipal de Saúde, Marcelo Marques. "Com a economia de recursos, iremos melhorar o atendimento a toda a população da cidade, completou".

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O diretor de Saúde afirmou que no momento o Hospital Nossa Senhora Aparecida atende somente o serviço de maternidade, mas com a ampliação poderá atender também os setores de cirurgia geral, cirurgia vascular, otorrinolaringologia, ortopedia, ginecologia e gastroenterologia.

De acordo com Marques, anteriormente havia um obstetra, um pediatra e um anestesista de plantão. Mas, as cesarianas realizadas no período da noite representavam 2,6% dos partos realizadas na cidade. Por isso, apenas o obstetra permanece de plantão. No mês de setembro foram feitos 75 partos em Fazenda Rio Grande, dos quais 22 foram feitos à noite. Dos 22, duas foram cesarianas e 20 foram partos normais.

Marques afirmou que a remoção até Campo Largo não representa perigo às gestantes de Fazenda Rio Grande, pois elas são examinadas por um obstetra assim que chegam ao hospital, e – se for necessário – são medicadas para que a dilatação seja controlada durante o trajeto. "O hospital de Campo Largo tem mais estrutura do que o nosso", argumentou.

O diretor de saúde disse ainda que a escolha por um hospital em Campo Largo – a 46 quilômetros - se deu porque os hospitais de Curitiba não tinham condições de receber as pacientes e em outros municípios vizinhos – como Araucária, Mandirituba, e São José dos Pinhais – também não teriam vagas, ou as teriam em hospitais que cobrariam pelo atendimento.

Campo Largo

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A prefeitura de Campo Largo afirmou que não tinha conhecimento de que as grávidas de Fazenda Rio Grande estavam sendo levadas para o Hospital São Lucas, que é particular, mas atende pacientes do SUS. A prefeitura da cidade disse que irá se inteirar sobre e caso e quer saber se pacientes de Campo Largo deixaram de serem atendidos por causa das grávidas da outra cidade.

Já a assessoria de imprensa do Hospital São Lucas disse que desde 5 de outubro foram feitas 10 cesarianas. Ou seja, menos de uma por dia, e por isso esse atendimento não afetou a rotina do hospital.