A Federação Mundial de Rugby (World Rugby) recomendou às associações nacionais do esporte a exclusão de mulheres transgêneros (homens biológicos) das competições. As razões para a diretriz seriam "motivos de segurança", segundo publicou a BBC. O documento foi criticado por organizações que defendem os direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).
O documento da World Rugby traz apenas recomendações, e não cria novas regras. As federações nacionais tem autonomia para tomar as decisões sobre seus próprios torneios locais. Quanto aos atletas trans masculinos (mulheres biológicas), nenhuma recomendação para limitar a prática do esporte foi feita.
"Nós reconhecemos que a ciência continua evoluindo e nos comprometemos a rever regularmente essas recomendações, sempre tentando ser inclusivos", afirmou Bill Beaumont, presidente da Federação Mundial de Rugby.
Porém, a recomendação gerou críticas de defensores dos direitos LGBT. "Essa proposta foi baseada em um hipotético modelo de dados que tem pequena relevância em questões como justiça e segurança no rúgbi. Políticas importantes como essa deveriam ser baseadas em robustas e relevantes evidencias e trabalhadas próximas de pessoas trans praticantes de esporte", afirmou Nancy Kelley, chefe-executiva da Stonewall, organização britânica que luta contra a homofobia e a transfobia.
Brasil
No Brasil, o debate sobre a presença de atletas trans no esporte se fortaleceu após o sucesso de Tiffany, jogadora de vôlei, na Superliga Feminina.
Um projeto de lei para proibir que os atletas trans possam atuar profissionalmente nas ligas do gênero com o qual se identificam foi apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo deputado Altair Moraes (Republicanos) em 2019, mas ainda não foi votado por conta de sucessivos adiamentos.
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis