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Militares transportam corpo de vítima da queda do Airbus: último resgate ocorreu na última terça-feira | Evaristo Sá/AFP
Militares transportam corpo de vítima da queda do Airbus: último resgate ocorreu na última terça-feira| Foto: Evaristo Sá/AFP

Recife - As impressões digitais e a análise das arcadas dentárias levaram os peritos a identificar 11 vítimas do acidente com o Airbus A-330 da Air France que caiu no Oceano Atlântico no último dia 31. O avião fazia o percurso entre o Rio de Janeiro e Paris e levava 228 pessoas a bordo. Até o momento, 50 corpos foram resgatados do mar.

Dos corpos identificados, dez são de brasileiros e um de um estrangeiro. A análise dos corpos está sendo feita por uma força-tarefa integrada pela Polícia Federal (PF) e Secretarias de Defesa Social (SDS) dos estados de Pernambuco e Paraíba, responsáveis pelas autópsias que estão sendo realizadas no Instituto de Medicina Legal (IML) no Recife.

Dos dez brasileiros cinco são homens e cinco são mulheres. O estrangeiro – cuja nacionalidade não foi informada – é do sexo masculino. Por decisão das famílias, nenhum deles terá sua identificação divulgada, nem mesmo a nacionalidade do estrangeiro.

Os corpos são liberados mediante o recebimento do atestado de óbito pelas famílias ou seus representantes legais. Até a tarde de ontem, um deles – liberado por procuração da família – havia chegado ao Cemitério e Funerária Morada da Paz, no município metropolitano de Paulista, para ser embalsamado. A estrutura do Morada da Paz foi contratada por uma seguradora da Air France, responsável pelo traslado dos corpos das vítimas aos seus locais de origem.

Os familiares dos brasileiros identificados foram comunicados individualmente, em visitas às suas residências, pelos superintendentes regionais da Polícia Federal na noite da última sexta-feira e durante o sábado. A identificação da vítima estrangeira foi comunicada à embaixada do seu país pela Polícia Federal. A nota destaca que os familiares não precisam se deslocar ao Recife. Todas as famílias das vítimas brasileiras receberão a notícia pessoalmente. Ninguém será informado por e-mail ou por telefone. As famílias dos estrangeiros serão contatadas pela Interpol.

Sem dados

A força-tarefa ainda aguarda a chegada dos dados de referência para identificação da maior parte dos estrangeiros, "informações imprescindíveis para o processo de identificação", de acordo com nota divulgada ontem, que destaca "a carência de dados antemortem" para explicar o pequeno número de estrangeiros identificados.

Dos 50 corpos resgatados na área de buscas, a cerca de 1.450 quilômetros do Recife, 49 se encontram no IML e o último tem chegada prevista para hoje a bordo do navio-tanque Almirante Gastão Motta, que também traz despojos mortais e pequena quantidade de destroços e bagagens. Todo o material será entregue ao escritório francês responsável pelas investigações das causas do acidente (BEA).

Ao contrário dos outros 49 corpos encontrados, que passaram por uma pré-identificação por peritos da Polícia Federal e da Polícia Civil pernambucana em uma estrutura montada no arquipélago de Fernando de Noronha, o quinquagésimo corpo será examinado diretamente no IML do Recife. A estrutura de identificação preliminar em Noronha foi desmontada. Vinte e um dias depois do acidente aéreo, ocorrido na noite de 31 de maio, a operação de buscas e resgates não localizou mais nenhum corpo. O último encontrado foi no dia 16, pela corveta Caboclo, da Marinha brasileira.

O avião radar R-99 da Força Aérea Brasileira (FAB), que fazia varreduras eletrônicas diárias na área do acidente, também deixou de ser utilizado no sábado. "A área de concentração de destroços já está bem delineada", justificaram, em nota oficial, os comandos da Aeronáutica e da Marinha, que coordenam a operação de buscas.

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