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Políticos paranaenses e a população de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, começam a reagir à onda de violência na cidade e a apoiar o envio da Força de Segurança Nacional (FSN), um dia depois de o governador Roberto Requião ter criticado o pedido.

Na quinta-feira (16), durante pronunciamento no plenário, em Brasília, o deputado Eduardo Sciarra (DEM) lembrou que a cidade não tem recebido atenção necessária dos governos federal e estadual, fato que levou os vereadores a requisitarem a presença da FSN. A comunidade prepara uma série de eventos e manifestações antiviolência a partir da próxima semana, em Foz.

Além de reforçar a necessidade de policiamento na cidade fronteiriça, campeã de homicídios juvenis, Sciarra protocolou pedido no Ministério da Justiça para incluir o município entre as regiões a serem contempladas pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) – programa do governo federal para combater a criminalidade. Apesar de figurar entre as campeãs em mortes violentas – entre 2002 e 2004 foram 223,3 homicídios para cada 100 mil habitantes –, Foz não está entre as 11 cidades brasileiras beneficiadas pelo plano.

Ainda na quarta-feira, o senador Alvaro Dias (PSDB) também fez um alerta em Brasília lembrando da condição preocupante. "Foz do Iguaçu caminha para ser a cidade mais violenta do país em razão do descaso das autoridades, tanto estaduais quanto federais."

Diante da posição do governador Roberto Requião em relação à intervenção da FSN em Foz do Iguaçu, o qual afirmou que "resmungo não leva a lugar algum", o vereador Geraldo Martins (PT), autor da proposta, diz que não descarta a possibilidade de o Legislativo municipal ingressar com ação no Ministério Público para o governo estadual cumprir seu papel no combate ao crime, medida já anunciada pela prefeitura. "Se o meu pedido for um resmungo, não se sabe o que o governador entende por insegurança", diz.

Segundo ele, caso o requerimento seja recusado – porque cabe aos governadores requisitarem a presença da FSN –, a cidade não irá se intimidar. Já estão agendadas passeatas e manifestações nos dias 7 e 12 de setembro.

Na opinião da antropóloga e diretora-executiva do Instituto Latino Americano das Nações Unidas Para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, Paula Miraglia, casos de homicídios e tráfico de drogas não se resolvem de um dia para outro. Segundo ela, em momentos de crise justifica-se a presença da FSN nas cidades, mas é preciso traçar estratégias, fazer planejamento e ter um diagnóstico para combater a violência. "Em se tratando de região de fronteira há delicadezas. É preciso integrar essas ações. Por isso os governos municipal e estadual devem trabalhar em conjunto. Tem que haver algo especial para essa região", diz.

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