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 | Cesar Ogata/ Secom/Fotos Públicas.
| Foto: Cesar Ogata/ Secom/Fotos Públicas.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o futuro prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o limite de velocidade nas marginais da capital paulista subirá a partir do dia 25 de janeiro. A partir desta data, somente a faixa da direita da pista local de cada dessas via terá tráfego com limite de 50km/h. O anúncio contraria as medias tomadas pelo atual prefeito Fernando Haddad (PT) e ocorre apenas um dia depois de um grupo de cicloativistas entregar ao Ministério Público Estadual um levantamento que mostra os benefícios da velocidade reduzida nessas vias da cidade.

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Os integrantes do Ciclocidade realizaram um mapeamento do fluxo de pedestres e ciclistas em dois trechos das Marginais: na Ponte da Freguesia do Ó, na zona norte, e no cruzamento entre a Avenida das Nações Unidas (Marginal do Pinheiros) e a Avenida João Dória, na zona sul. São mais de 20 mil pedestres e mais de 650 ciclistas que circulam todos os dias nessas vias e que estariam mais seguros com a velocidade reduzida. “Nossa ideia é mostrar como as vias locais não podem simplesmente ser colocadas no bojo das vias expressas, como se todas se comportassem da mesma maneira”, disse o diretor-geral do Ciclocidade Daniel Guth.

Para Guth, “as vias locais são absolutamente urbanas, com muito uso de modais de deslocamento, deixando as pessoas em altíssima vulnerabilidade nessas vias”. “Deixaram de ser vias expressas há muitas décadas e não podem mais ser consideradas como minirrodovias.” Ainda segundo Guth, o “desenho” dessas vias já induz o motorista a altas velocidades, o que causa insegurança a pedestres e ciclistas. “Não adianta investir em campanhas e sinalização viária, se a velocidade continua alta. Não há indústria da multa, mas sim uma política de preservação da vida”, diz.

A proposta de Doria prevê que a pista expressa voltará para 90 km/h no lugar dos atuais 70 km/h, as pistas centrais passariam de 60 km/h para 70 km/h e as locais voltariam de 50 km/h para 60 km/h. Nas locais, entretanto, uma das faixas, a da direita, continuará a 50 km/h. A gestão Haddad diz que a redução da velocidade diminuiu os acidentes na capital.

Depois das reduções de velocidade, houve queda de 52% no número de acidentes com vítimas fatais nas marginais. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de julho de 2014 a junho de 2015, antes da redução, foram registrados 64 acidentes com mortes nas duas vias. Já de julho de 2015 a junho de 2016, após a redução, foram contabilizadas 31 mortes.

Doria promete fazer uma campanha de educação no trânsito para informar a população sobre as mudanças e implantar medidas de segurança.

Curitiba

Em Curitiba, o futuro prefeito Rafael Greca (PMN), ainda durante a campanha, sinalizou que pode reverter o limite de velocidade de 40 km/h da Área Calma, instituído por Gustavo Fruet (PDT) em um conjunto de vias da região central em novembro de 2015.

Dados do Batalhão de Polícia de Trânsito apontam que o número de acidentes caiu na região central de Curitiba nos primeiros dez meses com limite reduzido de velocidade. Foram 397 acidentes registrados diante de 596 durante os doze meses anteriores. A queda média mensal foi de 17%. A média mensal de acidentes entre 15/11/2014 e 15/11/2015 ficou em 48 casos – o número engloba acidentes com viatura no local e sem vitimas (quando não há necessidade de registro da ocorrência). Já nos primeiros dez meses do novo limite de velocidade, essa média caiu para 39,7. O BPTran compilou os dados a pedido da Gazeta do Povo.

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