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O edital prevê que o serviço de bike-sharing poderá ser explorado por cinco anos pelo consórcio vencedor. O retorno virá da tarifa cobrada do usuário e também  de ganhos com publicidade. | Daniel Caron/Arquivo/Gazeta do Povo
O edital prevê que o serviço de bike-sharing poderá ser explorado por cinco anos pelo consórcio vencedor. O retorno virá da tarifa cobrada do usuário e também de ganhos com publicidade.| Foto: Daniel Caron/Arquivo/Gazeta do Povo

Um interessado apareceu para a licitação da bicicleta compartilhada, na manhã desta sexta-feira (2), em Curitiba. A Urbs, responsável pelo projeto, aprovou a proposta do consórcio BikeFácil CWB, que tem até o dia 27 de setembro para instalar um protótipo no pátio da empresa. Se aprovada a proposta, a empresa operará o serviço por um período de concessão de cinco anos. Ao todo, são 480 bicicletas, distribuídas em 43 estações, em pontos diversos da cidade. Neste período, além de ganhos com publicidade, a empresa deve faturar com a tarifa cobrado do usuário. A proposta de preço apresentada ficou próxima ao teto estipulado pela Urbs.

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Para incentivar o uso da bicicleta vale até pagar o cidadão

O consórcio inscrito é formado por duas empresas. A curitibana Bikefacil Locações foi criada na última semana, especificamente para participar da licitação. Já a Fitset é de São Caetano, em São Paulo, e é registrada na Receita Federal como uma microempresa de “comércio e varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores”. O consórcio é representado pelo empresário Eduardo Neves Penteado de Moraes, que informou à reportagem ter experiência internacional em administração de empresas.

Moraes explica que o grupo não tem experiência prévia com o tema, mas cita “parceiros internacionais” com projetos exitosos “e muito modernos de bike-sharing”. Um deles seria a Ride On, empresa de consultoria e soluções tecnológicas que, segundo consta em seu site, teria o mesmo criador que a Bonopark, que administra o BiciMad (sistema de bikes compartilhadas de Madrid, na Espanha).

Cronograma

O consórcio agora tem 25 dias para provar ter a tecnologia e o know-how apropriados para implantar e gerir o serviço. O edital curitibano exige que todas as estações sejam informatizadas, com wi-fi num raio de 20 metros, para até oito acessos simultâneos. A utilização máxima é de dez minutos, e até um megabyte, em dados. A rede deve servir para o acesso dos usuários ao aplicativo por meio do qual será possível liberar as bicicletas.

Após este período de teste, a Urbs deve marcar uma nova audiência, com espaço para recursos. Nesta data, será aberto o envelope de habilitação da empresa. Só após este trâmite é que pode ser feita a contratação. O consórcio então terá 75 dias para instalar as primeiras 180 bicicletas, em 25 estações. Depois, mais 65 dias para as 18 estações e 200 bikes restantes.

Veja no mapa onde deverão ficar as estações

O edital não prevê custos para o município. A manutenção deve ser custeada pelas próprias tarifas, pagas pelos usuários. O edital permite que a concessionária explore o sistema de forma publicitária. É o que deve custear o alto investimento inicial, como a compra de terminais, bicicletas e o desenvolvimento de um aplicativo.

A previsão da Urbs é ter a primeira etapa em funcionamento só em janeiro do próximo ano. Um dos responsáveis pelo projeto, Pedro Henrique Scherner Romanel vê com bons olhos o fato de ter surgido um interessado na licitação. É um sinal de que há interesse do mercado. E o mais provável é que o consórcio já tenha uma patrocinador (quem de fato financia o projeto), na manga.

Como vai funcionar

Para retirar a bicicleta, o usuário vai ter de comprar um passe. Durante este período, fica livre para retirar quantas bicicletas quiser, desde que obedeça duas regras: viagens de até 45 e intervalos de 15 minutos, entre uma e outra. Quem exceder vai pagar uma taxa extra para cada quarto de hora.

O consórcio apresentou tarifas diária (R$ 5) e mensal (R$ 12) no teto do que é permitido pelo edital. Já a modalidade semestral (R$ 54) ficou um real abaixo do limite estabelecido pela Urbs. Ainda não foi divulgado qual o valor a ser cobrado por esta taxa adicional, que pode variar entre R$ 2 e R$ 2,50.

A taxação pelo tempo adicional deve garantir a fluidez do sistema, incentivando o usuário a fazer distâncias curtas, para permitir que um maior número de pessoas utilize o sistema. E também a arrecadação da Urbs. O município não irá receber nada pelos passes, mas deve ficar com 15% do valor bruto arrecadado com as “multas”. Valor que deve ficar em torno de R$ 78,7 mil ao mês, estima a Urbs.

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