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A escalada nos preços do álcool foi acompanhada por uma avalanche de negociações e medidas anunciadas pelo governo federal – sem muito sucesso, pelo menos do ponto de vista do consumidor. Na primeira etapa de conversas em Brasília, os produtores haviam se comprometido a não cobrar mais de R$ 1,05 pelo litro do álcool, mas a promessa durou apenas um mês no estado de São Paulo, o maior produtor nacional. No Paraná, o segundo do ranking, o acordo foi ainda mais efêmero: o teto foi respeitado por duas semanas e, desde então, os usineiros vendem o combustível acima do preço estabelecido.

A explicação para a "desobediência" é simples: mercado. Com importadores pagando R$ 1,20 por litro, o dono de usina – que, antes de mais nada, é um empresário – não vê por que vender mais barato no Brasil. Irritado com essa atitude, o governo voltou a se reunir com os produtores, na semana passada. E tornou realidade uma hipótese cogitada ainda em janeiro: reduziu de 25% para 20% o porcentual de álcool anidro na gasolina. A oferta de álcool vai aumentar, e os preços podem até se estabilizar. Mas dificilmente cairão de imediato.

Além disso, essa medida causará aumento de alguns centavos no preço da gasolina, que, com menos álcool, ficará mais cara. Outra medida anunciada foi a redução da alíquota de importação do álcool – que não terá efeito algum, pois o produto brasileiro continua mais barato do que o produzido no exterior.

A medida que deve fazer a diferença havia sido acertada já no mês passado. Em vez de iniciar a colheita da cana em maio, como ocorre todos os anos, os produtores concordaram em começar o trabalho já em março.

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