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Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

Jovens ainda cabem numa van

Em abril de 2004, quando o Primeiro Emprego tinha apenas sete meses de existência, a Gazeta do Povo publicou uma reportagem mostrando um balanço do programa. Apenas sete jovens paranaenses haviam sido contemplados pelo benefício. A matéria dizia que, além de ser possível contar o número nos dedos das mãos, os beneficiados cabiam todos em uma kombi.

Hoje, os contemplados pelo Primeiro Emprego em Curitiba continuam cabendo em uma van. São 13 pessoas. No Paraná todo, há cerca de 150 pessoas. Os dois municípios que têm maior númerop de jovens empregados pelo programa são Chopinzinho, na Região Sudoeste, perto de Pato Branco, e Pérola, próxima a Umuarama, no Noroeste do estado. Além dessas, apenas outras seis cidades paranaenses têm pessoas contratadas pelo programa.

Os resultados tímidos do Primeiro Emprego até o momento não tiraram o ânimo do governo do estado, parceiro do Ministério do Trabalho na iniciativa. Pelo contrário: quem participa da gestão do programa afirma que está havendo um aquecimento das vagas no momento. "Só em Ponta Grossa temos uma farmácia que está pondo 40 vagas à disposição dos jovens", afirma João Édson Miranda, supervisor técnico da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social.

Miranda afirma que há muitos jovens interessados em conseguir uma vaga pelo Primeiro Emprego. Ele acredita que precisaria haver uma conscientização por parte do empresariado para que o número de contratações subisse. "Esse programa não dá só o emprego. É quase um resgate social, que dá condições de uma vida melhor, chance de a pessoa voltar a estudar, dá dignidade", afirma.

Miranda comenta que o fato de haver mais contratações do programa em cidades pequenas, como Chopinzinho e Pérola, mostra que, onde o clima é de tranqüilidade, os donos de empresas se sentem mais à vontade para chamar os jovens para ocupar postos de trabalhos. Na cidade grande, haveria mais preconceito com os jovens, principalmente com os de baixa renda, que são os alvos principais do projeto. "Quem tem curso, faculdade, se coloca fácil no mercado. O programa é justamente para quem tem mais dificuldade", conta ele.

A Secretaria do Trabalho também rebate as críticas dos empresários. Miranda afirma que os atrasos de pagamentos ocorrem apenas no início de cada ano, quando o orçamento do estado ainda não está liberado para execução. Quanto ao excesso de burocracia, ele afirma que é necessário ter todos os documentos em ordem o tempo todo. "É o maior problema do programa. Se o empresário estiver com uma certidão atrasada, por dois dias que seja, a gente tem que esperar primeiro a regularização", diz. Miranda diz ainda que o governo tem se esforçado para promover a qualificação profissional. "Mas os recursos para capacitação de mão-de-obra são escassos para todas as necessidades", afirma.

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