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Atacante holandês Van Persie marcou na vitória do Manchester | Phil Noble/Reuters
Atacante holandês Van Persie marcou na vitória do Manchester| Foto: Phil Noble/Reuters

A greve dos bancários começa a atingir as loterias e outros correspondentes dos bancos com filas. A paralisação em Maringá dura aproximadamente uma semana e 90% das agências estão fechadas desde a última terça-feira (18), quando a greve foi deflagrada.

Segundo um dos proprietários das loterias, que pediu para não ser identificado, filas como as atuais são geralmente vistas quando os jogos de apostas estão acumulados em milhões.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Maringá e Região, Claudecir de Souza, comentou que algumas agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil também estão com filas porque possuem correspondentes bancários na própria agência. "Já as lotéricas recebem pagamentos de boletos e faturas, por isso estão cheias", declarou.

As grandes filas têm incomodado muitos clientes. "É complicado. Nem todos os serviços do banco conseguimos fazer na lotérica", comentou o impressor Vanilson Lara de Jesus. "Estou achando péssimo, horrível. Você tem ficar o dia inteiro andando para ainda encontrar essas filas grandes", disse a vendedora de joias Alice Ribeiro.

O sindicado de Maringá ainda engloba 21 municípios. Destes, nove cidades já aderiram ao movimento desde quarta-feira (19): Maringá, Sarandi, Mandaguaçu, Marialva, Mandaguari, Astorga, Lobato, Floraí e Paiçandu. "Nosso objetivo é aumentar o número de cidades", comentou o presidente do sindicato local, Claudecir de Souza.

Recomendações

De acordo com Souza, todos os serviços de operação em caixa, como operação de crédito, financiamento imobiliário e de automóveis, estão suspensos. Já os serviços dos caixas eletrônicos, como consultas de saldo, saques e transferências, estão mantidos normalmente.

O presidente do sindicato salienta que, apesar de depósitos poderem ser realizados nos caixas eletrônicos, o valor só será creditado com o fim da greve. Por isso, ele recomenda que a população não utilize esse serviço no período de paralisação, porque o dinheiro poderá ficar acumulado nos terminais de caixas eletrônicos.

Para as demais operações, a população deve procurar correspondentes bancários, como as lotéricas e serviços online oferecidos pelos bancos.

Caixas eletrônicos não devem ficar desabastecidos

O abastecimento de cédulas nos caixas eletrônicos não deve ser afetado por causa da greve. Segundo Souza, são os próprios vigilantes dos transportes de valores em carro forte que abastecem os equipamentos. "Não estamos colocando obstáculo em nenhum banco", disse o presidente do sindicato.

Reivindicações

Os bancários pedem um reajuste salarial de 10,25% (ganho real de 5%); piso salarial equivalente ao calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no valor de R$ 2.416,38 (contra os atuais R$ 1.4 mil); participação de lucros e resultado de três salários mais R$ 4.961,25 fixos; plano de cargos e salários; elevação para R$ 622 nos valores do auxílio-refeição, da cesta alimentação, do auxílio creche/babá e da 13ª cesta alimentação; além da criação do 13º auxílio-refeição.

Claudecir de Souza pontua ainda que os bancários solicitam a contratação de mais funcionários e a instalação do horário de funcionamento dos bancos das 9 horas às 17 horas, com dois turnos de funcionários. "Isso melhoraria a qualidade do atendimento à população. Hoje, com o quadro limitado, as pessoas ficam mais de uma hora na fila para serem atendidas." Ele ainda lista a reivindicação do fim das metas abusivas e do assédio moral aos bancários.

Para efeito de comparação, o presidente do sindicato explica que o valor do salário inicial de um bancário brasileiro é U$ 681, enquanto no Uruguai o salário é de U$ 1.089 e, na Argentina, de U$ 1,2 mil. De acordo com Souza, no primeiro semestre de 2012, os seis maiores bancos privados do Brasil alcançaram juntos lucro superior a R$ 26 bilhões. "É uma coisa monstruosa. Não existe paralelo no mundo. Mesmo assim, os banqueiros são resistentes em negociar as condições da nossa categoria."

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