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Insatisfação

Estudantes reclamam da falta de professores

Estudantes dos cinco câmpus da Universidade Estadual do Oeste (Unioeste) prometem invadir o prédio da reitoria na próxima semana, caso não sejam disponibilizados mais professores para a instituição. Os alunos fizeram uma assembléia unificada em Cascavel e aprovaram a mobilização como forma de pressionar o governo para a solução do problema. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unioeste na região diz que pode até entrar com uma ação judicial por perdas e danos contra o governo do estado. O movimento está consultando advogados para propor a ação dentro dos próximos 30 dias.

Os alunos denunciam que faltam pelo menos 175 professores na universidade e que eles acumulam prejuízos por causa disso. "Conversas não resolveram nada nos últimos meses, então vamos usar táticas mais radicais", explica o presidente do DCE do câmpus de Cascavel, Édson de Souza.

O líder estudantil cita como exemplo o caso do curso de Enfermagem. "Treze disciplinas ainda não tiveram aulas nesse ano por falta de professor", diz. Outro curso com problemas graves é o de Informática. "No terceiro ano, das nove disciplinas previstas na grade para o ano, os alunos estão tendo apenas duas."

Segundo o pró-reitor de Graduação, Marco Antônio Costa, a Unioeste tem atualmente 1.095 professores, sendo 893 efetivos e 202 temporários. Outros 44 professores aprovados no último concurso devem ser nomeados dentro de mais alguns dias para os cinco câmpus. Outros testes seletivos para a contratação de docentes estão em curso. (CH)

Cascavel – Aproximadamente 11 mil alunos da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste) estão sem aulas, desde ontem, por causa da greve dos professores. A Unioeste foi a única entre as universidades estaduais que optou pela paralisação imediata durante as assembléias realizadas na quarta-feira. A greve prossegue até amanhã e, na próxima semana, uma nova assembléia deve ser marcada, quando os professores podem deliberar por uma paralisação por tempo indeterminado, caso as negociações com o governo do estado não evoluam. A greve, no entanto, depende de um consenso entre os líderes dos professores das universidades e faculdades estaduais do Paraná.

Ontem, nos câmpus de Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Francisco Beltrão e nas três extensões (Palotina, Santa Helena e Medianeira) da Unioeste, as atividades limitaram-se ao expediente administrativo. Segundo o Sindicato dos Docentes da Unioeste (Adunioeste), a paralisação geral na universidade foi uma conquista do movimento. "Isso mostra o quanto os professores estão insatisfeitos com os salários", comenta o presidente do sindicato, Luiz Fernando Reis.

Só houve atividade normal nas clínicas de fisioterapia e de odontologia, que prestam atendimento vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e recebem diariamente dezenas de pacientes de toda a região. Como não houve tempo para desmarcar com os pacientes após a assembléia, a organização do movimento decidiu manter a atividade das clínicas.

Os professores vão realizar uma panfletagem na tarde de hoje, no Centro de Cascavel, explicando à população os problemas que os levaram à greve. Além da confecção dos panfletos, ontem à tarde, no sindicato, a única movimentação em Cascavel foi na Reitoria da universidade, onde aconteceu a assembléia do Conselho Universitário – órgão máximo deliberativo da instituição.

Os professores querem que, no máximo em 60 dias, o governo do estado reveja as perdas salariais que, pelos cálculos da categoria, variam de 22% a 47%, conforme o enquadramento. O estado concedeu 6,57% de reajuste, o que é considerado insuficiente pelos professores.

O sindicato informa que até agora a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior apresentou duas propostas: a criação de uma comissão para revisar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários e a concessão de abono salarial. O presidente do sindicato explica que os docentes não são contrários à criação do grupo de estudos, porém, exigem que o governo apresente data para a conclusão desses trabalhos.

Passeata

Cerca de cem professores, alunos e estudantes da Unioeste de Foz do Iguaçu realizaram uma passeata no Centro da cidade, no fim da tarde de ontem, para chamar atenção para a situação do ensino público no estado. Vestidos de preto e carregando faixas, os manifestantes fizeram uma concentração em frente ao terminal de ônibus da cidade e seguiram em caminhada pelo Centro até a Praça do Mitre, onde fariam reunião para decidir os rumos da paralisação, programada também para hoje e amanhã.

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