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Rio de Janeiro – Os governadores do PMDB farão, até o fim da semana, a última tentativa para que o presidente do partido, deputado Michel Temer (PMDB- SP), desista da candidatura à reeleição na convenção nacional, marcada para o próximo dia 11.

Ontem, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), conseguiu reunir quatro dos outros seis governadores da legenda num almoço em torno do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, que também concorre ao posto.

Ante a incerteza sobre o número de votos que Jobim, candidato que tem a simpatia do Palácio do Planalto, poderá alcançar entre os delegados estaduais, dirigentes e parlamentares que escolherão o novo presidente, os governadores tentam evitar a disputa, acenando com a possibilidade de chapa única.

"Ficar contando soldado não é o nosso interesse. Nosso interesse é o entendimento", avisou Cabral, após o encontro, no Palácio Laranjeiras, ao lado dos colegas Marcelo Miranda (Tocantins), Eduardo Braga (Amazonas), Roberto Requião (Paraná) e Luiz Henrique da Silveira (Santa Catarina), além do próprio Jobim.

"Nosso interesse é o entendimento para que o PMDB saia dessa. O PMDB está muito machucado nesses últimos anos pela divisão interna. Queremos buscar a coesão em cima de propostas. E achamos que o ministro Nelson Jobim tem condições de conduzir esse processo novo que nós desejamos para o PMDB."

Cabral Filho afirmou que telefonaria ainda ontem para Temer para propor o "entendimento": a desistência do deputado paulista em favor de Jobim, em troca de um lugar na executiva do partido, que também seria oferecido aos outros ex-presidentes do PMDB.

Na outra ponta, Jobim foi categórico ao afirmar que não aceitará o "entendimento" em torno de proposta semelhante, feita na véspera por partidários de Temer: deixaria a disputa, para ser vice-presidente nacional do PMDB. "Não há possibilidade de que eu possa ser vice do Michel. A tentativa de entendimento é exatamente o contrário. São seis anos de administração do Michel, que foi importante, mas chegou o momento de fazer uma modificação", disse o ex-ministro, defendendo uma nova agenda para o partido centrada numa estratégia de inserção da legenda no cenário político nacional.

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