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Lista com passageiros brasileiros é divulgada

A Air France divulgou nesta quarta-feira (3) uma lista com nomes de 53 dos 58 passageiros que estavam a bordo do voo 447 que saiu do Rio de Janeiro na noite de domingo (31) rumo a Paris e desapareceu sobre o Oceano Atlântico.

Segundo a companhia aérea, alguns ocupantes da aeronave não tiveram os nomes incluídos na lista a pedido de parentes.

Confira os nomes divulgados

Houve algum defeito técnico ou estrutural no avião? O piloto desviou ou não da tempestade? A tempestade tinha condições de contribuir decisivamente para o acidente? Houve algum fator extra, como uma bomba ou contêiner solto, contribuindo para o acidente?

OS FATOS

Fato 1

O AF 447 enfrentou uma tempestade grande em sua rota, logo depois de deixar a cobertura de radar brasileira, às 22h48

Hipóteses

1. A tempestade pode ser um dos fatores contribuintes para o acidente.

2. A Air France diz que um raio pode ter atingido a aeronave, o que poderia provocar de panes elétricas a danos estruturais. Mas isso é apenas uma teoria.

3. Chuva forte e congelamento podem ter apagado os motores, e o sistema de emergência com uma hélice externa pode ter sido destruído por chuva, granizo ou ventos.

4. Granizo pode ter causado danos às asas, turbinas ou quebrado o parabrisa, gerando a descompressão registrada no sistema às 23h14.

5. A turbulência forte pode ter deslocado algum contêiner no porão, atingindo a porta ou a fuselagem, causando descompressão explosiva.

Evidências existentes

1. Segundo a Air France, o comandante informou por mensagem de texto que havia tempestade a partir das 23 horas.

2. As mensagens automáticas indicam problemas elétricos a partir das 23h10, mas não é possível relacionar diretamente isso a raios.

3. Uma das primeiras mensagens de falha elétrica indica que o comando de fly-by-wire, que controla o avião eletronicamente, mudou para um modo (alternate law) que indica falta de alimentação de energia.

4. Todos os problemas relatados (pane elétrica, descompressão) podem ter origem em danos estruturais.

5. Não há evidências.

Dúvidas

1. A tempestade segue como fator provável na circunstância da queda, mas resta saber se o piloto realmente entrou nela e se sozinha ela teria capacidade de derrubar o avião – o que parece improvável.

2. Especialistas duvidam que um raio só possa ter comprometido todo o sistema elétrico do A-330, ou provocado algum dano estrutural.

3. O sistema de back-up elétrico do A-330 é redundante, com fontes independentes para o caso de uma perda de energia nas turbinas.

4. Meteorologistas não creem em granizo capaz de romper parabrisas ou causar danos graves em grande altitude.

5. Turbulência forte pode sim causar dano estrutural a aeronaves que já possuam problemas como rachaduras, mas em tese um avião novo e revisado deste porte suportaria o baque.

* * *

Fato 2

O avião estava fora da altitude prevista no plano de voo quando deixou a cobertura brasileira de radar

Hipótese

Ele poderia já estar enfrentando problemas.

Evidências existentes

Apenas o plano de voo e o registro da FAB da sua altitude às 22h48.

Dúvida

Não é possível relacionar isso com os problemas, já que alterações em grandes altitudes sobre o Atlântico são comuns, dizem pilotos.

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Fato 3

Os pilotos não relataram quaisquer problemas graves, que só foram relatados automaticamente entre 23h10 e 23h14

Hipóteses

1. Houve um evento súbito, como descompressão violenta, que tenha impedido comunicação dos pilotos. Isso poderia ocorrer com um dano estrutural grave devido à turbulência ou devido a uma bomba ou explosão no porão de carga.

2. Um raio queimou os sistemas de comunicação do avião.

3. O avião enfrentou as dificuldades técnicas e a tripulação não teve tempo de se comunicar antes da queda.

Dúvidas

1. Se isso aconteceu, a descompressão talvez fosse reportada já no primeiro alerta automático, às 23h10, do sistema de mensagens. Foi o último, às 23h14.

2. Neste caso, o comandante talvez pudesse mandar uma mensagem de texto manual alertando perigo ou ligar o código de emergência no transponder, mas também esses elementos poderiam ter sido afetados.

3. Essa hipótese faz sentido se o evento inicial do acidente foi algo súbito.

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HIPÓTESES

Defeito no controle de navegação

O histórico

Em 2008, dois Airbus-330 da Qantas tiveram o sistema Adiru, que envia dados sobre a navegação para o computador central, "enlouquecido''. No caso mais grave, o avião entendeu que estava descendo rapidamente e o mandou subir bruscamente; depois, achou que estava subindo com ângulo perigoso e ordenou o nariz para baixo, fazendo uma queda brusca duas vezes. 74 pessoas se feriram. No menos grave, apenas o piloto automático foi desligado (como no primeiro).

A hipótese

Se um problema semelhante tivesse acontecido com o AF447, talvez fosse muito difícil para o comandante retomar o controle num ambiente de forte tempestade. Se houvesse perda dos motores nessa situação, a combinação poderia ser mortal. O piloto automático do AF447 foi o primeiro item a ser desligado, segundo as mensagens automáticas divulgadas até aqui – exatamente como ocorreu nos casos da Austrália, só que lá não havia tempestade em curso.

Porém...

A Airbus orienta os pilotos a checar esse sistema e, se houver problemas indicados por uma luz no painel, desligar os instrumentos que permitem a confusão no computador.

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Danos estruturais prévios

O histórico

O Airbus-330, assim como quase todos os modelos de aviões, tem vários alertas emitidos por autoridades aeronáuticas visando a checagem de eventuais rachaduras, painéis soltos, parafusos que faltam e defeitos em peças aerodinâmicas. A mais recente, sobre rachaduras na junção da caixa de asas do avião com a quilha da fuselagem, foi emitida dois dias antes do acidente.

A hipótese

O avião poderia ter algum tipo de rachadura por fadiga estrutural que foi potencializado pela forte turbulência dentro de uma nuvem gigante, ou teria sido atingido por granizo e raios.

Porém...

O avião era novo, de 2005, e recentemente revisado. Rachaduras eventuais acontecem e os aviões são feitos para voar em qualquer tempo – mesmo atravessando furacões.

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Atentado

O histórico

Como qualquer pessoa que viajou de avião depois do 11/9 sabe, segurança antiterrorista é uma preocupação prioritária no mundo. A França é um país visado por extremistas islâmicos e de minorias há anos, e recentemente abriu uma base militar nos Emirados Árabes Unidos.

A hipótese

A rapidez dos eventos pode indicar um evento catastrófico e súbito – como uma explosão de bomba.

Porém...

Ninguém reivindicou um suposto atentado, como é a praxe. A segurança aérea reforçada tende a evitar esse tipo de incidente. Ainda que seja visada, a França não é um alvo óbvio como os EUA. A mancha de óleo localizada ontem também enfraquece esta hipótese.

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