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| Foto: Raul Santana/Fiocruz Imagens

Antes do zika, a febre amarela foi um dos principais flagelos a castigar as regiões tropicais da Terra. Também transmitida pelo Aedes aegypti, os registros dos primeiros surtos da doença são de Curitiba, no fim do século 19, e em Niterói, no Rio de Janeiro, já no início do século 20. Neste mesmo período, segundo a Fiocruz, a capital do Paraná também foi a primeira – ao lado do Rio de Janeiro – a ter registros de dengue no Brasil. Mas o que mais preocupava a sociedade naquele momento era a febre amarela.

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“Nas décadas de 1910 e 1920, a presença endêmica de doenças, principalmente da febre amarela, nas Américas do Sul e Central representava um sério obstáculo para o desenvolvimento do comércio e para as viagens internacionais, além de se constituir em um perigo permanente para o sul do Estados Unidos”, afirma Rodrigo Magalhães.

Segundo ele, a Comissão de Saúde Internacional da Fundação Rockefeller convenceu-se que era necessário erradicar a doença. “Os esforços se concentravam na necessidade cada vez mais urgente de se evitar uma epidemia de febre amarela de grandes proporções, em um cenário marcado pelo incremento do comércio e das viagens internacionais”, afirma.

Epidemia

Magalhães considera ainda que a primeira grande epidemia da doença foi aquela ocorrida no Rio de Janeiro em maio de 1928. Controlada no ano seguinte, a epidemia deixou um rastro de mais de 800 casos e 436 mortes. A situação no Brasil era preocupante e nações vizinhas anunciaram restrições às atividades comerciais com o Brasil enquanto a epidemia não fosse controlada.

Acuado pelas críticas da imprensa, o diretor nacional do Departamento Nacional de Saúde, Clementino Fraga, mobilizou mais de dez mil homens com o objetivo de sufocar a epidemia de febre amarela. As atividades desse verdadeiro “exército de mata-mosquitos”, dirigido por estudantes de medicina, baseavam-se “na pulverização de uma solução de flit – um preparado à base de piretro pulverizado – para eliminar os mosquitos adultos, na aplicação de inseticidas nas caixas d’água e na utilização de peixes larvicidas”, conta Magalhães. Tais medidas revelaram-se eficazes e a epidemia foi controlada no verão de 1929. O comércio externo brasileiro pode voltar à ativa.

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