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As Santas Casas de Jales, em São Paulo, e Cruz das Almas, na Bahia, enfrentam situações parecida: com cerca de 50 mil habitantes cada uma, são os únicos hospitais da cidade. Porém tem de atender à demanda dos municípios vizinhos. O reflexo disso é um déficit mensal de R$ 250 mil. O valor obtido com consultas particulares e planos de saúde é baixo, já que 70% dos atendimentos são pelo SUS.

Em Jales, a Santa Casa é o único hospital da cidade e acolhe pacientes de 16 municípios próximos. Os R$ 428 mil federais não dão conta da demanda, levando a atrasos no pagamento de fornecedores, falta de recursos para novos investimentos e espera para leitos de internação. "O cenário é nebuloso. Do jeito que está, não vamos muito longe", diz o administrador Carlos Henrique di Bernardo Merighe. Jantares beneficentes e leilões estão na agenda anual do hospital para levantar mais dinheiro.

Já a Santa Casa de Cruz das Almas promove rifas de carro, jogos beneficentes e até uma campanha de doação do troco no comércio. "Tudo isso é para ver se conseguimos respirar um pouco", diz o provedor Natanael dos Santos.

Falta de estrutura

Outra dificuldade é que o hospital não tem infraestrutura e pessoal para atender pacientes mais graves – não há neurologista e nem cirurgião de plantão, por exemplo – fazendo com que os casos mais graves sejam levados para Santo Antônio, distante 48 quilômetros.

O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, que esteve na última semana em Curitiba, defende que os municípios busquem alternativas, como parcerias e Organizações Socias da Saúde (as OSs, que regulamentam parcerias com entidades filantrópicas), mas concorda que o repasse federal deve melhorar. "O direito à saúde é universal e os governos devem se organizar para atender a esta demanda, desde que isso não vá contra o sistema de controle social do SUS".

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