Ícaro confiscou R$ 15 milhões

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A maior ação da Polícia Federal no Paraná no ano passado foi a Operação Ícaro, desencadeada em 6 de junho e sentenciada pela Justiça em dezembro. Ela desmontou o império erguido pelo paulista Luciano Geraldo Daniel em quatro estados brasileiros. Os bens confiscados atingem a cifra dos R$ 15 milhões.

São 11 automóveis de luxo (entre eles uma BMW X5 comprada à vista por R$ 420 mil), um apartamento em bairro nobre de São Paulo, três imóveis em Balneário Camboriú/SC, um imóvel em Porto Belo (SC) e dez fazendas em Goiás, São Paulo e Santa Catarina (uma delas avaliada em cerca de R$ 1,8 milhão). Além de um helicóptero italiano que em breve estará à serviço da PF.

O grupo chefiado por Luciano Daniel chegou a ser classificado pela polícia como a maior quadrilha de tráfico internacional do Brasil. A ação coordenada pela PF do Paraná ocorreu simultaneamente em São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

O grupo tinha fazendas-base em São Paulo, onde estavam localizados laboratórios de refino de cocaína. Trazida pelo ar, com o auxílio do helicóptero, a droga entrava em território brasileiro vinda do Paraguai. A aeronave era abastecida em Palma Sola (SC) e seguia para São Paulo. Acredita-se que o grupo atuava havia pelo menos quatro anos.

Foram presas dez pessoas acusadas de participar do esquema. Quatro foram condenadas pela Justiça. Apesar de negar o crime de tráfico e afirmar que comercializava procaína (um tipo de anestésico) ao invés da cocaína, Luciano Daniel foi condenado a 28 anos e seis meses de reclusão e encontra-se preso na penitenciária federal de segurança máxima em Catanduvas, no Oeste do Paraná. O piloto do helicóptero Floriano Nolasco da Silva Junior recebeu pena de 19 anos, 6 meses e 20 dias de prisão e está detido.

Apreensões

Em 2006, a PF também apreendeu com traficantes, em ações em todo o país, cerca de R$ 2,8 milhões (em euros, dólares, reais e cheques), 1.208 veículos, 1.897 celulares e duas aeronaves. Todos esses bens estão passíveis de serem confiscados pela Justiça e passarem a ser usados pela polícia. Estão fora desta lista grandes propriedades seqüestradas judicialmente que foram encaminhadas para leilão para a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). (JO)