
Por causa das fortes chuvas em Santa Catarina, três grupos de estudantes de Curitiba estão impedidos de voltar para casa desde sábado. Cerca de 120 alunos dos colégios Estadual do Paraná, Padre Silvestre Kandora, do São Brás, e Robert Langer Júnior, do Alto Boqueirão, estão dormindo nos três ônibus que os levaram para um passeio no Parque Aquático Cascanéia, em Gaspar, na região de Blumenau. Os três grupos passariam apenas o dia no parque, voltando ainda no fim da tarde de sábado. Porém a interdição das duas rodovias que dão acesso a Gaspar, BR-470 e SC-470, impediu o retorno.
Cláudia Poliana Fagundes, de 17 anos, aluna do terceiro ano do Ensino Médio do Estadual, ligou para a família já na tarde de sábado avisando que o grupo estava isolado na cidade, sem água, energia elétrica e telefonia fixa. A expectativa era retornar no domingo, o que não foi possível. "Domingo de manhã ela me ligou novamente avisando que ainda não havia condições", informa o pai da moça, o técnico em refrigeração Cláudio Reginaldo Fagundes, 48.
No começo da tarde de ontem, Cláudia entrou em contato novamente com o pai. Na ligação, ela aproveitou para tranqüilizar os pais de outros quatro estudantes que se reuniram na casa de um deles. Segundo o relato, todos estão bem de saúde e a Defesa Civil de Santa Catarina estava prestando assistência a todos os aproximadamente 600 desabrigados da região que foram transferidos para a área do parque por falta de espaço no local, os estudantes estão dormindo nos próprios ônibus, no estacionamento. "Ela disse que a comida está racionada e que todos estão com as roupas molhadas. Mas o mais importante é que estão bem", aponta o pai. Ontem à tarde, alguns dos abrigados no parque começaram a voltar para casa.
O técnico de telefonia Valdir Borges, de 46 anos, pai do também aluno do Estadual Bruno Garcia Borges, 17, afirma que o próprio parque também tem prestado assistência aos estudantes. "Como estão sem energia, eles estão usando um gerador do parque com combustível dos ônibus." A mãe do rapaz, a dona de casa Marta Borges, de 48 anos, diz que não consegue dormir e se alimentar, preocupada com o filho. "Tenho rezado muito para que meu filho volte logo", afirma.
Prejuízo
Já a fisioterapeuta Eliete Cristina Bonilha, de 30 anos, não consegue fazer o caminho inverso. Ela e o namorado, o modelador naval Silvino Vítor Lucinda, 30, vieram a Curitiba para o casamento de um parente na sexta-feira, mas foram impedidos de voltar ontem a Porto Belo (SC). Hospedada na casa de uma tia, Eliete calcula o prejuízo causado pela chuva em sua clínica, de aproximadamente R$ 400 até agora. "Só ontem deixei de atender uma média de 30 pacientes", afirma.



