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Joel Joaquim venceu problemas de saúde para concluir curso | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Joel Joaquim venceu problemas de saúde para concluir curso| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Quem é

Dois casamentos, 21 netos, 26 bisnetos e muita história

Joel Joaquim de Almeida é pai de sete filhos de dois casamentos, avô de 21 netos e bisavô de 26 bisnetos. No entanto, foge do rótulo de que terceira idade só serve para cuidar da família e aproveitar a aposentadoria.

Almeida não é do tipo de observar a vida. Dificuldades, já passou por muitas, mas nunca desistiu. Com sacrifício tornou-se militar da Aeronáutica, na década de 1940; formou-se, em 1964, na Escola de Especialista da Aeronáutica, e entrou na reforma em 1970 como 2 º Tenente da FAB. Pela família, trocou o calor do Rio de Janeiro pelo friozinho de Curitiba.

Ao lembrar de sua trajetória, se emociona. A vontade de frequentar os bancos escolares nunca foi novidade. Ele mesmo diz que seu destino sempre foi estudar, desde quando era menino, criado no bairro de Santa Tereza e no município de Nova Iguaçu. Conseguiu, finalmente, aos 13 anos.

Aos 85 anos, o militar reformado da Força Aérea Brasileira (FAB) Joel Joaquim de Almeida tem muito do que se orgulhar. Está entre os idosos que buscaram uma formação universitária e querem uma nova oportunidade no mercado de trabalho para fazer a diferença.

Na última quinta-feira, recebeu o diploma do curso de Fisioterapia, na Faculdade Dom Bosco, depois de 15 anos de estudo e percalços que o afastaram das salas de aula. Mas para o carioca de nascimento e paranaense de coração, o tempo não importa. "Agora, é hora de cumprir minha missão e ajudar os outros."

Para alcançar seu sonho, todos os dias, Almeida acordava as 5h30 e pegava o primeiro ônibus em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, que o levasse para a faculdade. Nunca gostou de ir de carro. Quando retornava, ia direto para o escritório estudar. Passava as noites escrevendo resumos. A esposa, Nilce Mara, lembra bem das escapadas. "Quantas vezes o encontrei na madrugada entocado nesse escritório queimando as pestanas", ri a companheira dos últimos 36 anos.

Emoção

O tom da história é dado com o leve sotaque carioca e o brilho no olho ao lembrar uma parte tão especial de sua trajetória. Em 2011 – bem no dia do aniversário de 81 anos – sofreu um infarto, que o deixou com 33% da capacidade do coração. Nesse período, a filha Adriana, 31 anos, foi seu braço direito. Foi a caçula que fez o papel de vai-e-vem de entrega de trabalhos e busca de conteúdos.

"Nunca quis ser rico. Só quero fazer a vontade de Deus em ajudar as pessoas", diz. "Qual seu desejo, menino?" paira a pergunta no ar. Atender os quatro pacientes que mantém e – quem sabe – um novo curso universitário. "Talvez Direito".

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