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O Judiciário paulista começa a sentir os efeitos da greve da Polícia Civil. Em comarcas do interior, promotores reclamam do não comparecimento de policiais convocados para audiências e percebem queda de até 70% no número de inquéritos recebidos. Em alguns cartórios, os processos se acumulam porque os policiais não retiram os inquéritos para dar seqüência às investigações e muitos desses documentos estão sendo remetidos aos fóruns sem relatório.

"Tenho recebido inquéritos com um despacho informando a greve. Caiu 70% o número de inquéritos relatados. Só está chegando processo com réu preso", afirmou o promotor Aroldo Costa Filho, de Ribeirão Preto. Segundo ele, algumas audiências foram remarcadas porque policiais convocados como testemunha não compareceram. "Ocorrências de furto e roubo sem preso não estão sendo investigadas", constatou.

Em Bauru, o promotor de Justiça da 11ª Vara Criminal, Hércules Sormani Neto, disse que recebia em média 200 inquéritos por mês - com a greve, acolheu 65 nos últimos 30 dias. "E mandam o inquérito com a justificativa da greve." Ele também afirmou que a saída para as vítimas da cidade tem sido a Polícia Militar "Os PMs têm atuado no lugar da Polícia Civil. Preparam os TOs (Termos de Ocorrência) e nós damos seqüência."

Diretor do Fórum de Sorocaba e titular da 3ª Vara Criminal, o juiz Hugo Leandro Maranzano disse que os inquéritos chegam, mas começam a se acumular nos cartórios porque os policiais não os retiram para continuar as investigações. "A paralisação de um órgão de repressão criminal é comprometedora para a sociedade. Mas compreendemos que a situação dos policiais de São Paulo é bastante complicada. Acho uma injustiça o que está acontecendo com eles: policial sério tem de brigar por bons salários", afirmou.

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