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Maringá - O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) determinou a aposentadoria proporcional compulsória (por tempo de serviço) ao juiz federal Jail Benites Azambuja, titular da Subseção Judiciária de Umuarama, no Noroeste do estado. A decisão foi tomada pelo Plenário do TRF4 em julgamento ocorrido na última quarta-feira, dia 4. Azambuja é suspeito de ter forjado um atentado contra si mesmo no dia 28 de fevereiro de 2008. De acordo com a assessoria de imprensa do TRF4, a pena é referente ao processo administrativo disciplinar, mas cabe recurso. Todo o inquérito corre sob segredo de Justiça.

O magistrado também é investigado sob a acusação de estar envolvido em um atentado contra a casa do juiz federal Luiz Carlos Canalli em 19 de setembro de 2008. No dia 27 de setembro daquele ano, Azambuja foi preso, suspeito de ter forjado o atentado contra si mesmo. No mesmo dia, o motorista e jardineiro de Azambuja, Adriano Vieira, foi preso, suspeito de ter atirado contra a casa de Canalli a pedido do juiz acusado.

O advogado de defesa de Azambuja, José Germano da Silva, disse que vai esperar a publicação do acórdão e garantiu que vai recorrer. "Estamos estudando também a impetração do mandado de segurança, pois entendemos que houve nulidades durante o processamento. A decisão não foi unânime e vamos recorrer", explicou Silva.

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Entenda o caso

O primeiro atentado em Umuarama ocorreu em fevereiro de 2008. Veja a sequência dos fatos:

> 28 de fevereiro de 2008 – O juiz Jail Benites de Azambuja sofre um atentado. Os disparos contra a casa atingem um carro da Justiça Federal. Ninguém fica ferido.

> 4 de março de 2008 – 44 policiais e três políticos da região são presos por suspeita de participação em um esquema de contrabando. Azambuja participa das investiga­ções e expede os mandados. A expectativa era de que as prisões ajudassem a elucidar o atentado.

> 11 de março de 2008 – Os suspeitos começam a ser soltos por falta de provas.

> 24 de abril de 2008 – O comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar, em Umuarama, capitão Darany Luiz Alves de Oliveira, é preso sob acusação de coagir testemunhas nos inquéritos que investigam o atentado.

> 19 de setembro de 2008 – O juiz federal em Umuarama Luiz Carlos Canalli também sofre um atentado. Canalli não atuava em processos contra integrantes do crime organizado.

> 27 de setembro de 2008 – Azambuja é preso sob a suspeita de ter forjado o atentado de feve­reiro e de estar envolvido com os tiros feitos contra a casa de Canalli. No mesmo dia, o motorista e jardi­neiro de Azambuja, Adriano Vieira, é preso. Ele confessa ser o autor dos tiros contra Canalli, mas nega ter agido a mando de Azambuja.

> 1º de outubro de 2008 – Azambuja depõe no Cope, em Curitiba, e é solto.

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