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Sete homens foram escolhidos no início da tarde desta segunda-feira (17) para compor o conselho de sentença da nova etapa do julgamento do massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 detentos em 2 de outubro de 1992.

Eles vão compor o conselho de sentença, que decidirá o destino de 15 policiais militares acusados de matar oito detentos no terceiro andar do pavilhão 9.

Após a escolha dos jurados, o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, suspendeu a sessão para o almoço. O julgamento deverá ser retomado às 14 horas.

Nesse terceiro bloco do júri, estão sendo julgados policiais do COE (Comando de Operações Especiais). Além das oito mortes, eles também são acusados por duas tentativas de homicídios no pavilhão.

As testemunhas de acusação deverão ser ouvidas ainda nesta segunda no plenário. O promotor do caso, Márcio Friggi, arrolou seis testemunhas, porém apenas três estavam no fórum.

Entre eles, está o perito criminal Osvaldo Negrini Neto, ouvido nos últimos dois blocos do julgamento. As outras duas testemunhas, o diretor de segurança e disciplina do Carandiru na época, Moacir dos Santos, e o sobrevivente do massacre Marco Antonio de Moura, também já passaram pelo plenário no ano passado.

As testemunhas da defesa devem ser ouvidas a partir de terça-feira (18).

O advogado dos PMs, Celso Vendramini, afirmou hoje que arrolou para serem ouvidos agentes penitenciários e o ex-secretário da Segurança Pública na época, Pedro Franco de Campos.

Na entrada do fórum, Vendramini disse que não há como comprovar que seus clientes foram responsáveis pelas mortes do Carandiru.

De acordo com ele, os testes de balísticas, fundamentais para apontar a autoria dos homicídios, não foram feitos na época do massacre, em outubro de 1992.

Para o advogado a entrada dos policiais no presídio foi necessária, uma vez que já havia ocorrido ao menos 20 mortes antes da ação da PM. "Era preso matando preso."

Ele voltou a dizer que não nega que os réus efetuaram disparos, mas que nenhum deles apontou para os detentos. "Estava tudo escuro. Os presos atiravam contra eles [PMs] e eles revidaram os tiros em direção ao clarão que viam."

Em abril do ano passado, 23 PMs que entraram no primeiro andar do prédio foram condenados a 156 anos de prisão cada um, e outros três foram absolvidos após pedido da Promotoria. Na segunda etapa, em agosto, 25 PMs receberam pena de 624 anos.

A previsão do Tribunal de Justiça de São Paulo é que o júri dure uma semana.

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