Belo Horizonte (Folhapress) A vendedora Simone Cassiano da Silva, 29 anos, indiciada sob suspeita de jogar a filha de dois meses na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, teve o pedido de relaxamento de prisão negado ontem pela Justiça mineira.
Silva foi localizada e presa no domingo, após a Polícia Civil receber denúncia anônima e levantar dados de saída de bebês em maternidades. O advogado da vendedora, Mateus Vergara, disse que entrará no Tribunal de Justiça com um habeas-corpus para tentar soltá-la.
O advogado disse que o episódio configura abandono de incapaz, e não tentativa de homicídio qualificado, crime mais grave pelo qual Silva foi indiciada. "Ninguém tenta matar ninguém jogando a pessoa na lagoa", disse.
À polícia, Silva afirmou que deixou a filha com uma moradora de rua. A menina, que nasceu prematura, passou dois meses em tratamento na maternidade. Deixou o local com a mãe no sábado, mesmo dia em que foi encontrada com vida na poluída lagoa, dentro de um saco plástico amarrado em madeira.
A polícia tenta identificar dois taxistas que transportaram a vendedora no sábado da maternidade até a lagoa e de volta para casa ou para o centro da cidade. O objetivo é obter informações sobre as ações e o comportamento dela nesse dia.
Por meio dos depoimentos de pessoas do convívio de Silva, a polícia tenta traçar o perfil psicológico da vendedora, que alegou estar em depressão.
Ontem, o delegado Hélcio Sá ouviu o pai e a madrasta de Silva, que afirmaram desconhecer a gravidez dela.
Na terça-feira, um ex-namorado de Silva a descreveu como uma pessoa violenta.
Disse que ela é "macumbeira" e que o abandono da criança pode estar ligado a algum tipo de ritual. "Vamos procurar o centro (que seria freqüentado por Silva) para verificar se esse fato tem veracidade."
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