Cinco têm o sigilo telefônico quebrado
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), autorizou ontem a quebra dos sigilos telefônicos de cinco envolvidos no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes.
Belo Horizonte - O desembargador Doorgal Andrada, da 4.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de Minas Gerais, negou na noite de ontem o pedido de habeas corpus em favor do goleiro Bruno Fernandes, apontado como mandante do assassinato de sua ex-amante Eliza Samudio.
O pedido negado também inclui Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Flávio Caetano de Araújo e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha amigos do jogador; Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, sua mulher; Elenilson Vitor da Silva, caseiro do sítio de Bruno em Esmeraldas (MG); e de Sérgio Rosa Sales, o Camelo, primo do goleiro.
A decisão é liminar (provisória) e o mérito do habeas corpus ainda será julgado pelos integrantes da 4.ª Câmara Criminal.
Entre os suspeitos de envolvimento no crime, só não foram incluídos no pedido o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado pela polícia como autor do assassinato, e o adolescente de 17 anos primo do jogador, que confessou ter participado do sequestro de Eliza.
De acordo com o TJ, a defesa cita o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluzo, na argumentação: "A menos que seja absolutamente necessário, não se deve mandar um criminoso para a cadeia. A prisão não deve funcionar como uma satisfação dessa pulsão primitiva que o ser humano tem pela vingança". Os advogados informam ainda que Bruno é um atleta disputado pelos clubes de mais alto nível, que está tendo a carreira prejudicada "em virtude da segregação de sua liberdade que não se mostra necessária".
Estratégia
Uma das estratégias da defesa de Bruno será tentar demonstrar à Justiça que o jogador é vítima de uma vingança por parte de seu primo Sérgio Rosa Sales, o Camelo, também preso. Advogados do goleiro têm se reunido com parentes do atleta e de Macarrão, acusado de ter sequestrado Eliza e o filho para levá-los do Rio até Minas, para descobrir o que motivou Sales a dizer à polícia que o goleiro teve participação direta no crime e que ele teria visto a ex-amante ser morta. Os advogados de Bruno acreditam que Sales quis se vingar do goleiro porque foi substituído da condição de braço direito na administração da vida do atleta.
O material recolhido na quarta-feira fio de cabelo, sangue, restos queimados de roupas femininas e fraldas no sítio do goleiro, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, seguiu para exames de DNA na manhã de ontem. Segundo especialistas que acompanham o caso, o exame com o luminol que seria feito nos cães que teriam devorado partes do corpo de Eliza, não deve ser realizado porque poderia ser agressivo à pele dos animais.
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