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Brasília – O ex-coordenador da campanha do senador Aloízio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamílton Lacerda, chorou ontem durante depoimento à CPI dos Sanguessugas ao comentar sobre o episódio da tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos.

Lacerda negou que tivesse conhecimento do esquema, mas confirmou que foi ele quem procurou a revista "IstoÉ" para passar informações do que ele considerou, à época, um "furo de reportagem" – que seria o suposto envolvimento do adversário de Mercadante, José Serra (PSDB), e do também tucano Barjas Negri, ambos ex-ministros da Saúde, na máfia das ambulâncias.

Lacerda afirmou ainda que foi procurado por Jorge Lorenzetti (então analista de risco e mídia da campanha do PT à Presidência) e Expedito Veloso (ex-diretor do Banco do Brasil) no fim de agosto para que ele fizesse a ponte com a revista para divulgar as informações que afetariam os políticos tucanos e que, assim, poderiam ajudar na campanha de Mercadante.

Num primeiro momento, ele disse que ponderou que a campanha de Mercadante era propositiva e que não entraria neste campo de ataques e denúncias. Depois, por considerar que poderia ser um bom material jornalístico, decidiu procurar a revista. Ele explicou que escolheu a "IstoÉ" por considerar que a publicação tem uma "linha editorial flexível".

"Não me meti em nenhuma confusão. A idéia não era pegar uma denúncia qualquer e fazer uma denúncia sem base. Queria cavar espaço para um furo de reportagem. Fiz uma ação como militante, como um dirigente partidário que, se tivesse uma repercussão positiva, ajudaria na campanha (do Mercadante)", afirmou Lacerda.Lacerda também confirmou que esteve no hotel Ibis, onde foram presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos, com R$ 1,7 milhão, nos dias 13 e 14 de setembro, mas negou que tenha levado o dinheiro.

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