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O Lago Itaipu, que fica em Foz do Iguaçu (PR), e os pequenos rios da bacia do Tietê-Paraná têm sido usados como uma nova rota para o contrabando de armamento para o Brasil.

Depois de cruzar a fronteira com o Paraguai nessas águas, traficantes de armas usam estradas vicinais paranaenses para movimentar seu carregamento e, depois de alguns quilômetros dentro do território brasileiro, esses criminosos passam a utilizar grandes rodovias estaduais. A informação é da Divisão de Repressão ao Tráfico de Armas da Polícia Federal.

Segundo o chefe da divisão, Marcos Dantas, a nova rota passou a ser ainda mais utilizada devido à ampliação da fiscalização nas cidades paranaenses de Foz do Iguaçu (que ganhou um posto aduaneiro em 2006) e Guaíra, onde há ligação terrestre com o Paraguai.

"[O tráfico de armas] Sempre foi por via terrestre, passando de carro ou de caminhão através dessas rodovias que foram construídas para mantermos nossas relações bilaterais com o Paraguai", conta. "Quando a gente começou a fazer uma repressão mais eficaz contra esses grupos, os criminosos passaram a usar a água."

Com a nova rota, os traficantes também passam a evitar as principais rodovias internacionais: a BR-277, que parte de Foz do Iguaçu, e a BR-272, que sai de Guaíra. Depois de passar pelos rios, eles usam estradas vicinais, com menos fiscalização, pelo maior tempo possível, até entrar nas rodovias principais. "É a lógica do crime organizado, quando você começa a reprimir uma atividade em certa área, eles obviamente migram", explica Dantas.

O delegado revela que a repressão ao tráfico de armas tornou-se um trabalho difícil com o uso do lago, dos rios e das estradas rurais. "É quase impossível fazer a repressão, colocar um homem a cada 500 metros. Então, geralmente à noite, o pessoal passa todo esse material, nessas áreas de fronteira em que não há vigilância, porque são estradas vicinais."

Segundo Dantas, mesmo com a rota alternativa, as armas continuam entrando pelas rotas tradicionais. Além de Foz do Iguaçu e Guaíra, os traficantes também usam a fronteira do Brasil com o Uruguai e o Rio Grande do Sul. Outro ponto usado pelo tráfico são as cidades vizinhas de Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (no Paraguai).

Em menor escala, de acordo com o delegado, a fronteira brasileira também é usada nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Amazonas (no município de Tabatinga), principalmente para o tráfico de revólveres, pistolas e armas de caça.

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