• Carregando...
 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A Justiça decidiu, em caráter liminar, proibir o grupo Soifer, responsável pela construção do shopping Pátio Batel, de realizar qualquer intervenção no bosque da Casa Gomm, patrimônio tombado pelo Conselho Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (CEPHA). A decisão foi tomada na última sexta-feira (28), mas veio a público apenas na tarde desta segunda-feira (1). O empreendimento está sendo erguido no Batel, região central de Curitiba, e ainda não tem data prevista de inauguração.

A decisão foi tomada no último dia 28 de junho, pelo juiz Marcos Vinicius da Rocha Loures Demchuck, da 5ª Vara Cível de Curitiba, após ação popular movida por Carlos Seará Muradas. Morador da região, o engenheiro civil entrou na Justiça contra a derrubada de árvores do bosque depois de uma matéria da Gazeta do Povomostrar que a Prefeitura de Curitiba havia autorizado a remoção de espécies para a abertura de uma rua nos fundos do shopping.

De acordo com a decisão judicial, a antecipação da tutela foi concedida para evitar qualquer medida de supressão, corte ou intervenção mínima no bosque. O descumprimento da medida acarretará em multa de R$ 100 milhões. Os interpelados, no caso o Grupo Soifer e a Prefeitura de Curitiba, ainda podem recorrer.

A administração municipal informou que não emitiu autorização para a derrubada de árvores do bosque. De acordo com a prefeitura, um projeto, aprovado pela CEPHA em 2004, previa a reestruturação da Rua Hermes Fontes com uma saída nos fundos do empreendimento para trânsito de pedestres e veículos de emergência.

Em nota emitida no último dia 26, entretanto, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc) não havia descartado o corte de árvores. "A ideia é desviar o máximo possível da área verde existente no local e um estudo estava sendo realizado para chegar à melhor solução possível, ou seja, para atingir a menor quantidade de árvores", diz trecho do texto.

Dois dias antes, matéria desta Gazeta do Povo já havia alertado para mudanças no projeto original do shopping e uma autorização da Secretaria do Meio Ambiente para remoção de árvores do bosque Gomm - com a abertura da Rua Hermes Fontes para tráfego de veículos. As informações haviam sido repassadas pelo secretário de Urbanismo, Reginaldo Cordeiro.

A remoção de árvores do bosque Gomm mobilizou pessoas contrárias à intervenção. Além da ação popular movida pelo engenheiro civil Muradas, moradores do Residencial Batel, por exemplo, protocolaram um pedido de explicações na Secretaria do Meio Ambiente. Já um coletivo de moradores da região lançou um movimento no Facebook intitulado "Salvemos o bosque da Casa Gomm". Até a tarde desta segunda, mais de 700 pessoas já havia "curtido" a página.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]