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Vista geral da Linha Verde, a avenida de Curitiba que ainda sofre com o complexo de BR-116. Uma das hipóteses é de que ação da prefeitura para promover a região deveria ser mais agressiva | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Vista geral da Linha Verde, a avenida de Curitiba que ainda sofre com o complexo de BR-116. Uma das hipóteses é de que ação da prefeitura para promover a região deveria ser mais agressiva| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Construções

Em um ano, apenas 37 alvarás foram liberados

De agosto de 2009 a agosto de 2010 foram concedidos 37 alvarás pela Secretaria Municipal de Urbanismo para demolição, construção e ampliação ou reforma na Linha Verde e primeiras quadras da Zona de Transição. Deste total, três foram para demolição de algum imóvel, quatro para reforma ou ampliação (uma sede administrativa de uma empresa, dois comércios e uma residência), quatro para moradias populares (todas no Atuba), e 20 para novas construções: 13 casas, um conjunto de casas em série, dois prédios e o restante de estabelecimentos comerciais.

O único alvará concedido realmente nas margens da antiga BR foi liberado para a demolição de uma casa de madeira em um terreno de 14 mil metros quadrados, no Pinheirinho, em setembro do ano passado, e que deu lugar a uma loja de pneus.

O arquiteto do Ippuc Reginaldo Reinert também cita um número de 34 consultas públicas feitas ao órgão nos últimos anos para tirar dúvidas sobre parâmetros de construção ao longo da Linha Verde. "Uma parte foi para supermercados e outra ainda para faculdades. Há duas interessadas em construir sedes na nova avenida."

  • Veja as obras que podem e não podem ser construídas nos pólos da Linha Verde

Em maio de 2008, a parte urbanizada da BR-476 ganhou um zoneamento novo, com possibilidade para se construir prédios de mais de 12 andares, seis polos de ocupação mista (comercial e residencial) – Jardim Botânico, Fanny, Santa Bernadethe, Xaxim, São Pedro e Pinheirinho – e um núcleo empresarial, chamado de Tecnoparque. A intenção era acabar com a velha cara de rodovia, com suas transportadoras, autopeças e ferros-velhos, e criar uma paisagem mais urbana para a recém-criada Avenida Linha Verde, que unisse os 20 bairros distribuídos nos 18 quilômetros das duas margens.

Para os especialistas, arquitetos e urbanistas de fora e de dentro do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc), a mudança em ritmo lento é própria do urbanismo e dois anos são pouco para medir os resultados, mas suficientes para antever as possibilidades e tendências da nova via. Eles esperam um desenvolvimento mais rápido na Linha Verde, com um potencial construtivo estimado em até 3 milhões de metros quadrados, do que em outras estruturais. Coisa de 15 ou 20 anos e não 30, como a Avenida Paraná, aberta na década de 1970.

Por enquanto, o que se vê é uma ocupação tímida, galgada no aparecimento de uma ou outra vocação comercial nova e nada na ocupação de regime misto que o Ippuc idealizou. Ao longo da avenida, as primeiras quadras ainda resguardam a paisagem de rodovia, de pequenas residências de médio e baixo padrões, intercaladas a escritórios de distribuidoras, autopeças e transportadoras – que tiveram prejuízo pela proibição de circulação de caminhões na Linha Verde, mas mantêm seus escritórios nos mesmos endereços.

A visão de concreto, com árvores ainda em crescimento, e o fluxo médio de 27 mil veículos todos os dias, não ajudam a imaginação e mantêm os hábitos de rodovia, com as reclamações constantes de pedestres quanto à inexistência de passarelas e de motoristas quanto à falta de passagens em nível (viadutos e trincheiras). "Quem pede viaduto é porque não é morador. Quem quer morar em frente de um viaduto? A mudança de hábitos só deve começar de fato quando o fantasma da antiga BR for embora, com a construção da segunda fase da Linha Verde", arrisca o arquiteto do Ippuc Reginaldo Reinert.

Segundo a prefeitura de Cu­­­ri­­­tiba, a segunda fase só deverá estar concluída entre 2012 e 2013. Isso porque do pouco mais de 8 quilômetros do trecho norte, apenas 2,3 quilômetros foram contemplados em um edital lançado em maio. Há a intenção de licitar o restante ainda neste ano e de deixar uma sobra, a ampliação do viaduto da Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã, para 2011.

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