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Nesta sexta-feira, em entrevista à Agência Brasil, Francisca Gonçalves, mãe de Jocélia de Oliveira, a coordenadora do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) assassinada no último domingo junto com a filha de 5 anos, pediu que a polícia se empenhe para encontrar e punir os responsáveis pelo crime o mais rápido possível.

- Quero Justiça - afirmou.

Segundo ela, o outro filho da sem-terra, de 12 anos, está escondido. A família teme que ele seja assassinado.

- Meu neto só não foi morto porque, quando começou o tiroteio, se escondeu debaixo da cama. Como estava muito escuro dentro do barraco, ele só ouviu os gritos, mas não sabe dizer quem estava no local - contou Francisca Gonçalves.

De acordo com ela, no acampamento onde Jocélia morava, o clima é de muita apreensão e tristeza. A coordenadora regional ingressou no MLST há um ano, após uma militância de três anos no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A filha de Jocélia, Emanuele de Souza, morava com o pai em Foz do Iguaçu e estava visitando a mãe quando as duas foram mortas. A Polícia Civil do Paraná acredita que a menina foi assassinada como "queima de arquivo".

- Acreditamos que, no momento em que eles entraram no barraco para matar Jocélia, a menina os reconheceu e eles decidiram matar a garotinha para evitar que ela os entregasse para a polícia - disse o delegado.

Segundo o delegado Amadeu Trevisan Neto, testemunhas contaram que os dois principais suspeitos - Ademar Alves de Lima e Paulo Rodrigues de Lima - haviam sido expulsos do acampamento por Jocélia.

De acordo com as investigações, o assassinato da coordenadora do MLST pode ter sido motivado por uma disputa pela liderança do movimento. Paulo Rodrigues de Lima, um dos suspeitos, já teria se desentendido anteriormente com Jocélia por interesse no comando do acampamento.

O Ministério Público já deu o parecer favorável à decretação das prisões dos suspeitos e agora o pedido está sendo analisado pela 3ª Vara Criminal da cidade. Segundo o escrivão de polícia Reinaldo Bernardin, que trabalha no caso, os suspeitos estão sendo procurados no Paraguai, onde possuem parentes.

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