Mais três skinheads se apresentam e polícia faz acareação entre acusados

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Três adolescentes que integrariam o grupo de skinheads que assassinou o jovem Lucas Carvalho, de 18 anos, se apresentaram à Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), nesta sexta-feira (15), em Curitiba. Para a polícia, eles participaram diretamente do crime. Carvalho foi morto a golpes de faca no dia 5 de setembro, depois de ter sido perseguido na saída do Shopping Mueller.

Segundo o delegado Vinícius Martins, os menores confirmaram que acompanharam a perseguição da vítima, mas negaram que tenham dado facadas. Em depoimento, os acusados chegaram a afirmar que tentaram impedir que os outros skinheads agredissem Carvalho.

A versão dos adolescentes, no entanto, foi rebatida em acareação realizada pela polícia na tarde desta sexta. Eles foram colocados frente a frente com Gabriel Cata Preta, de 18 anos, Fernando Santana, de 28 anos (que estão presos temporariamente) e com Jean Michael Zampiva Mattos, o "Sombra", de 23 anos, acusado de participação no homicídio. De acordo com o delegado, a acareação confirmou que todos os skinheads estavam armados e que os menores também esfaquearam a vítima.

"Um dos menores, inclusive, teria sido um dos mais violentos. Depois que Carvalho caiu no chão, já ferido, o adolescente teria subido nas costas da vítima e desferido pelo menos três facadas", apontou o delegado. A polícia ainda procura por Pedro "Pepo", que seria morador do Centro de Curitiba e que continua foragido.Inquérito

Na próxima semana, a DFR deve receber o laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML), que deve apontar por quantas facadas Carvalho foi atingido e os tipos de incisão. "Pelo tamanho das perfurações, será possível saber quantas facas foram usadas no crime", explicou Martins.

A polícia espera concluir o inquérito nos próximos 15 dias. O delegado adiantou que os acusados maiores de idade vão ser indiciados por homicídio duplamente qualificado. A DFR também deve pedir à Justiça mandados de busca e apreensão para os adolescentes envolvidos.

Na avaliação do delegado, o inquérito policial está bem documentado. A polícia teve acesso a imagens de câmeras de segurança do Shopping Mueller, que mostram os acusados se reunindo instantes antes do crime. Também há gravações do circuito de um prédio para onde os skinheads foram depois de cometer o crime. A polícia também conseguiu fotos que mostram os acusados fazendo saudações e gestos nazistas.

O crime

De acordo com a polícia, Carvalho foi perseguido e assassinado, porque foi confundido com um punk que teria participado de um atentado contra Fernanda Santana, de 28 anos, que também está preso. Cata Preta confirmou esta informação.

Carvalho foi assassinado por volta das 19h15, depois de ter saído do Shopping Mueller, acompanhado de um grupo de amigos. Eles foram perseguidos por sete skinheads e, na fuga, se separaram. Lucas Carvalho e um amigo foram alcançados próximo ao Cemitério Municipal.

De acordo com a polícia, Cata Preta e Mattos seguraram Carvalho pelo braço e os outros integrantes do grupo começaram a agredi-lo. A vítima foi atingida com vários golpes de faca e morreu a caminho do hospital. "De acordo com as investigações, as facadas foram dadas por Cata Preta, Mattos e por Santana", apontou o delegado.