Para MP, HU deveria atender casos de média complexidade
A ação proposta pela Promotoria estava amparada em uma auditoria realizada pela 15ª Regional de Saúde e pela Secretaria de Saúde de Maringá, que comprovam que os casos são de média complexidade. Segundo o Ministério Público, casos dessa categoria de pacientes que nasceram em anos que terminam com os números 8, 9 e 0 devem ser atendidos pelo HU em Maringá
Em nota, o superintendente do HU, José Carlos Amador, afirma que a questão envolvendo a realização de cirurgias ortopédicas não está na extensão da gravidade em si, mas no tipo de aparelho que o HU terá que utilizar.
"Quando operamos um paciente de ortopedia não dá para ele voltar para o corredor do Pronto-Socorro. Nosso objetivo é atender a população. Atender bem não é operar mal. Somos mal compreendidos em algumas ocasiões. O HU é um hospital universitário, que tem obrigação de ensinar. Não pode se transformar num hospital de ortopedia."
O superintendente do Hospital Universitário de Maringá, José Carlos Amador, propôs a criação de uma câmara técnica com o objetivo de analisar as condições estruturais do HU para a realização de cirurgias na área de ortopedia. A medida foi avalizada após a Justiça determinar - na sexta-feira (6) - o atendimento de sete pacientes que estavam na fila de espera para a operação.
Segundo a assessoria de comunicação da UEM, Amador quer ampliar a discussão, envolvendo a alta demanda por cirurgias nesta especialidade, de forma que o hospital não seja criticado por eventuais demoras na execução deste tipo de procedimento.
A câmara deve reunir representantes do HU, do Conselho Regional de Medicina, Sociedade Paranaense de Ortopedia, 15ª Regional de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde e dos hospitais Santa Rita, Santa Casa e Metropolitano de Sarandi.
Pacientes foram transferidos na segunda-feira
Os sete pacientes que estavam no HU - entre eles uma idosa de 81 anos e um jovem de 21- foram levados para os hospitais Santa Casa e Santa Rita, em Maringá; e Metropolitano, em Sarandi.
A transferência aconteceu depois que a Promotoria Especial de Defesa da Saúde Pública conseguiu uma liminar na 4ª Vara Civil, obrigando o HU a realizar as operações em até 72 horas. No entanto, a direção do hospital alegou que o local não tinha condições para realizar as operações devido a falta de leitos e de equipamentos.
O secretário da Saúde, Antonio Carlos Nardi, afirmou que, com a transferência, o assunto já é tido como solucionado, uma vez que houve encaminhamento. "Os pacientes passarão por exames para verificar se a cirurgia lhes oferece algum risco e, se não houver qualquer empecilho, devem ser operados nos próximos dias, nos hospitais onde estão agora", explicou.
A assessoria do Ministério Público informou que a promotoria não havia sido oficialmente notificada da decisão de transferência até a tarde desta terça-feira (10)
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