Número de estudantes inscritos no Enem despenca em Maringá

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O número de estudantes de Maringá inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) caiu 37% nos últimos dois anos. De acordo com dados fornecidos pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 13.380 pessoas se inscreveram em 2008; 12.593, em 2009; e 8.537, neste ano.

Especialistas em educação dizem acreditar que a queda deve se acentuar em 2011. O motivo é o descrédito que o teste amargou no ano passado, quando o conteúdo de uma das avaliações vazou antes da aplicação; e também neste ano, com os inúmeros erros de impressão nas provas.

Os especialistas também destacam que a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL) não consideram a nota do Enem em seus processos seletivos, o que contribui com o desinteresse dos estudantes pelo exame.

A UEM deixou de utilizar a nota do Enem no cálculo do desempenho dos vestibulandos em 2009. A UEL nunca considerou o índice. Em outras universidades, como na Federal do Paraná (UFPR), o Enem ainda é considerado na composição da nota final dos candidatos.

Queda pode se acentuar

"O número de inscritos deve cair ainda mais porque, com os escândalos, algumas instituições federais podem deixar de aceitar a nota do Enem", diz o sócio-proprietário e diretor pedagógico do Colégio Sapiens, Marcelo Lima.

Desde a última segunda (8), ele diz ter notado que os alunos estão mais abatidos. "Muitos deles estão descontentes com a possibilidade de ter de fazer uma nova prova [do Enem], porque a data pode coincidir com a de outros vestibulares."

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares (Sinepe) do Noroeste do Paraná, José Carlos Barbieri, concorda com Lima sobre o fato de que os problemas desta edição do Enem devem afastar possíveis candidatos.

Ele ressalva, porém, que, dada a importância do exame, alguns estudantes farão as provas mesmo insatisfeitos. "Temos um problema grande, pois temos um exame [o Enem] que tem descrédito quanto à sua execução, mas que é o único aceito por projetos sociais", explicou, fazendo referência ao Programa Universidade Para Todos (Prouni). "Assim, o aluno que quer ser selecionado por esses projetos, é obrigado a fazer o Enem, mesmo diante dos problemas que apresenta."