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Uma mulher de 44 anos de Maringá está prestes a salvar a vida de três pessoas no Rio Grande do Sul. Ela morreu na noite de segunda-feira (13), no Hospital Universitário (HU) de Maringá, e terá o fígado e os seus dois rins transplantados em pacientes gaúchos. A captação dos órgãos ocorreu na noite de terça-feira (14), no próprio HU, sob o comando de médicos de Caxias de Sul (RS) e das enfermeiras Andresa Cason e Cátia Millene Del Agnolo. O procedimento durou cerca de quatro horas.

A presidente da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HU, a enfermeira Rosane Almeida de Freitas, informou que a paciente, cujo nome não foi revelado em respeito ao luto da família, morreu de acidente vascular cerebral hemorrágico, popularmente conhecido como derrame.

Esse caso de solidariedade aconteceu menos de uma semana depois de uma família ter decidido doar os órgãos de um menino de 9 anos que morreu poucos dias depois de ser atropelado em Maringá.

Rosane explicou que, para realizar a doação de órgãos, é necessário que três médicos realizem exames que atestem a morte encefálica. No caso da paciente de 44 anos, assim que o primeiro médico apresentou os resultados dos exames, a 15ª Regional de Saúde foi comunicada.

Funcionários da Regional entraram, então, em contato com Curitiba, para buscar receptores compatíveis para os órgãos no Paraná. No entanto, nenhum foi encontrado. Por isso, os receptores são do Rio Grande do Sul.

A cirurgia para captação dos rins e do fígado começou as 19h30 de terça-feira (14). Assim que o processo foi concluído, os órgãos foram para o Rio Grande do Sul, em um avião fretado. "Os órgãos foram levados imediatamente", contou Rosane. "Nesses casos, dependemos, sempre, de vários fatores, como a necessidade de avião fretado, a existência de teto para o avião decolar e, é claro, condição climática favorável."

Como doar

Rosane explicou que para doar órgãos, a pessoa deve, primeiramente, ter entre 2 e 65 anos. Ela precisa, em vida, manifestar o interesse de ser doadora aos familiares. Mesmo assim, a palavra final é sempre dos familiares. "São eles que autorizam ou não a doação dos órgãos do parente que acabou de morrer", afirmou. "Se a pessoa manifesta o interesse de ser doadora, ajuda os familiares a autorizarem a captação dos órgãos depois que ela morre."

Rosane acrescenta que os órgãos só são retirados se existem pessoas que possam recebê-los. No caso da paciente de 44 anos, os familiares optaram por doar todos os órgãos, mas apenas os rins e o fígado foram captados, porque apenas três pacientes compatíveis foram localizados. Mesmo que a pessoa manifeste o interesse em doar os próprios órgãos, o diagnóstico da morte vai definir se ela pode ou não ser doadora. Existem algumas causas que restringem ou que impedem a captação de alguns órgãos.

"Em caso de acidentes de trânsito, muitos pacientes morrem de parada cardíaca e não encefálica e, por isso, só podemos captar córneas, globos oculares, válvulas cardíacas e ossos", disse.

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