A Universidade Estadual de Maringá (UEM) está na fase final da pesquisa que desenvolve um novo medicamento contra vitiligo, e por isso não aceita mais a inscrição de novos voluntários. Muitas pessoas portadoras da doença procuraram a universidade para participar da pesquisa depois que a TV Cultura veiculou reportagem sobre o assunto em 3 de abril e o Jornal de Maringá na última segunda-feira (20) sobre o remédio desenvolvido em Maringá deve estar a venda dentro de dois anos.
O vitiligo é caracterizado pela despigmentação da pele e formação de manchas esbranquiçadas não tem cura nem formas de prevenção. Aproximadamente 2% da população sofre com o vitiligo, cerca de 5 milhões de pessoas.
O estudo teve início há cinco anos com ajuda da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e em parceria com a Steviafarma Industrial, empresa farmacêutica que detém a patente do princípio ativo do medicamento, mantido em sigilo por razões comerciais. Testes em laboratórios mostraram que a substância estimulava a formação de melanina, responsável pela cor da pele, em culturas de células. Depois de experiências com camundongos, os testes com seres humanos iniciaram em março de 2008, explicou o professor Celso Nakamura, do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da UEM e responsável pelo estudo.
Foram selecionados 35 voluntários num grupo de 100 que se candidataram, e hoje são 26. "Seguimos alguns critérios (na seleção), como manchas nos dois braços. Em cada braço o paciente usava um princípio ativo diferente", explicou a metodologia. De acordo com o Nakamura, os pacientes podiam abandonar a pesquisa quando quisessem. Os primeiros resultados apareceram depois de nove meses de uso do produto, mas alguns voluntários não tiveram sucesso. Embora muitas pessoas que sofrem com vitiligo ainda busquem a UEM para participar do estudo, Nakamura lembra que não é possível.
Não se sabe ao certo os fatores que levam ao aparecimento da doença, mas está comprovado que precedentes genéticos podem influenciar. "Quem tem pais (com a doença) está mais propenso", disse o professor. Admite-se que nesses casos o vitiligo seja auto-imune, ou seja, o próprio organismo desenvolve anticorpos que destroem os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina. Mas essa não é a principal causa. "Entre 60% e 70% dos casos os fatores externos e ambientais são predominantes, como stress emocional por exemplo. Dois dos nossos pacientes pioraram (durante pesquisa) e constatamos que tinham perdido a mãe", explicou Nakamura.
Com isso, os prejuízos psicológicos causados com o aparecimento das primeiras manchas podem fazer com que a doença se desenvolva ainda mais. "Leva a perda da auto-estima e medo que as manchas apareçam no rosto. Meninas jovens acabam sofrendo uma crise maior", disse
Atualmente existem vários tipos de tratamento que ajudam no controle. Segundo o professor Nakamura, alguns medicamentos são fitoterápicos, com princípio ativo retirado de plantas. Existe a possibilidade de intervenção cirúrgica e uma terapia desenvolvida com base no extrato de placenta humana, disponível apenas em Cuba. "Algumas surtem efeito, outras não, depende do caso", explicou. Já em casos extremos onde as manchas atingem mais de 50% do corpo pode ser aconselhado ao paciente a despigmentação da parte restante.
Repercussão
Depois que a equipe da TV Cultura produziu reportagem tratando do tema, levada ao ar pelo Paraná TV do dia 3 de abril (clique e assista), dezenas de leitores e telespectadores escreveram para RPC pedindo mais informações sobre a doença e formas de tratamento. Segundo o professor Nakamura, muitas pessoas procuraram a UEM para ter acesso ao medicamento, o que infelizmente ainda não é possível. Ele contou que a empresa farmacêutica parceira vai desenvolver um portal na internet para disponibilizar esse tipo de informação. Atualmente os interessados já podem acessar o site http://www.vitiligo.com.br/
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