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Tropa de choque: munição à vontade. | Ivan Amorim
Tropa de choque: munição à vontade.| Foto: Ivan Amorim

O rebelião durou horas. Depois de muita negociação os reféns foram libertados.

  • O motim começou no fim da manhã e terminou pouco depois das 15h30. Os presos reivindicavam a transferência de detentos e exigiam a presença de um juiz

A rebelião ocorrida na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) terminou sem feridos. Dois presos mantiveram três pessoas reféns - um agente penitenciário e dois detentos - por cerca de três horas. O motim começou no fim da manhã e terminou pouco depois das 15h30. Os presos reivindicavam a transferência para outro Estado e o melhor relacionamento com os agentes.

A princípio, a informação repassada para a imprensa é de que 20 detentos teriam participado da ação, o que foi desmentido à tarde pela Polícia Militar (PM). Os dois rebelados são da cidade de Barbosa Ferraz (na região Centro-Oeste do Estado) e estão condenados a 25 e 30 anos de prisão. A dupla cumpre pena por diversos crimes como furto, porte ilegal de arma, latrocínio e homicídio.

Eles se rebelaram quando estavam na área de trabalho do presídio. Para render os colegas e o agente penitenciário (que não estava armado), a dupla utilizou materiais empregados na reforma de livros. Cerca de 40 policiais militares (inclusive da Ronda Tático Motorizada - Rotam)estiveram no local para conter a rebelião. No entanto, a liberação dos reféns, que não se feriram, ocorreu somente após a chegada do juiz Alexandre Kozechen e da promotora pública Valéria Seyr, da Vara de Execuções Penais. Os dois ouviram as reivindicações dos presos.

Questionado sobre a demora na chegada dos representantes da Justiça, o porta-voz da Polícia Militar (PM), tenente Alexandre Gomes, afirmou que existe sempre uma relutância em levar o juiz para o local da crise. "Dependendo de como essa crise está instalada, essa pessoa pode vir a se tornar um dos reféns e ela é uma peça chave para a resolução da crise, então temos que tomar todas as precauções. Quando tínhamos a certeza do negociador de que os presos cumpririam a palavra, o comandante do batalhão entrou em contato com o juiz", explicou.

Penitenciária de Maringá

Segundo o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), a Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) tem 60 celas, com capacidade para seis presos cada, totalizando 360 vagas, para presos de regime fechado. Ela fica no limite entre os municípios de Maringá e Paiçandu e é considerada de segurança máxima. De acordo com o diretor financeiro do Sindarspen, Vilson Brasil, a PEM não está superlotada, embora esteja com a capacidade máxima de presos preenchida.

Familiares

Durante a rebelião várias mães e esposas de presos estavam em frente à penitenciária à espera de informações. "Estou muito preocupada , porque não nos informam nada", disse Cleusa Ganacin, 46 anos. "Às vezes, a situação não é tão grave, mas, por falta de notícias, todos estão apreensivos."

Algumas mulheres relataram ao JM que os filhos teriam reclamado da qualidade da alimentação e da redução da quantidade de dias fora da penitenciária para quem está enquadrado no regime semiaberto.

Histórico

Dois incidentes aconteceram na penitenciária em setembro do ano passado. No dia 28, um detento foi morto por um companheiro de cela. Dois dias antes, dois presos fugiram usando uma teresa - corda feita com lençois. Os fugitivos deixaram a penitenciária acessando o telhado, mas foram recapturados meia hora mais tarde, pelos próprios agentes.

O Centro de Detenção Provisória (CDP), que fica próximo à PEM, já enfrentou uma manifestação dos presos há cerca de um ano. Segundo Brasil, todos os presos começaram a bater nas grades das celas, produzindo um grande barulho, mas sem deflagrar uma rebelião. O CDP foi inaugurado em 2008.

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