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O matadouro municipal de Barbosa Ferraz, Noroeste do Estado, a 80 quilômetros de Campo Mourão, está interditado desde segunda-feira (21). A decisão partiu da desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, atendendo o agravo de instrumento da Promotoria de Justiça de Barbosa Ferraz, que sustenta que o matadouro não tem condições sanitárias para funcionar.

Em janeiro deste ano, a promotora de Justiça do município, Joseline Alteia de Andrade, propôs uma ação civil pública pedindo a interdição do matadouro por falta de condições sanitárias e ambientais de funcionamento. "Além de manter resíduos sólidos, como fezes e carcaças não utilizadas, dispostos a céu aberto, verificamos problemas como a falta de higiene dos funcionários, sangrias de animais em locais inadequados, sujeitos à contaminação, e a ausência de esterilizadores de facas e serras, entre outras irregularidades", afirma.

Segundo a promotora, neste período foram realizadas mudanças para adequar a instalação quanto às questões ambientais, mas as mudanças sanitárias não foram atendidas.

Barbosa Ferraz possui cerca de 20 mil habitantes, e toda a carne consumida na cidade sai do matadouro municipal. "A situação é precária, manter o matadouro naquela situação significa um risco para toda a população", diz Joseline.

A administração do matadouro foi cedida em comodato há oito anos à Associação dos Retalhadores de Carne de Barbosa Ferraz. De acordo com o veterinário responsável pelas obras de adequação sanitária, Kaloo Ferrari, os trabalhos já foram iniciados. "Queremos deixar tudo de maneira correta em no máximo 15 dias, para haver a reabertura e não comprometer o abastecimento de carne na cidade", afirma.

Os açougues e mercados já prevêem um aumento de preço da carne. "Estamos abatendo o gado em um matadouro em São João do Ivaí, há 20 quilômetros daqui, mas tudo isso aumenta os custos e, conseqüentemente, o preço da carne", fala o proprietário de um dos maiores mercados da cidade, Valdecir Pavan.

O veterinário Ferrari também alerta para os perigos de aumentar o abate clandestino. "Existem muitos pequenos proprietários que teriam dificuldades de levar seu gado para abatedouros mais longínquos, por isso deve ser realizada uma fiscalização grande nesses dias de interdição", ressalta.

O matadouro deve ficar fechado até que seja realizada vistoria sanitária que ateste que o lugar está apto a operar novamente. O processo de interdição ainda deve ser julgado pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná.

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