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Ao lado direito de Lira, está o deputado Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos.
Nomes da bancada evangélica atuam muito próximo ao presidente da Casa, Arthur Lira, como o o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), bispo da Igreja Universal (à direita de Lira).| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dos 220 deputados federais que compõem a bancada evangélica na Câmara dos Deputados, 106 foram favoráveis às três principais decisões do Governo Lula neste ano: a medida provisória para reestruturação dos ministérios, o projeto de lei complementar do arcabouço fiscal e a PEC da reforma tributária, votando "sim" ou abstendo-se.

Separando por votações, 128 integrantes da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) apoiaram o arcabouço fiscal, 107 a restruturação dos ministérios e 119 a reforma tributária. Isso aconteceu porque os principais partidos orientaram o voto "sim" aos seus membros, tendo a grande maioria acatado.

O partido Republicanos, conhecido pela sua posição mais conservadora especialmente por ter atuado muito próximo ao governo Bolsonaro e por ter entre seus filiados nomes como o da senadora Damares Alves e do governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi um dos partidos que orientou a bancada a ser favorável às propostas de interesse do presidente Lula.

Bispo da Igreja Universal, o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) é presidente nacional do partido Republicanos e 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, atuando muito próximo ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Em nota, o partido Republicanos se manifestou afirmando que sempre foi favorável à aprovação da reforma tributária, bem como às reformas trabalhista e previdenciária, "o que evidencia o caráter reformista de Marcos Pereira e do Republicanos. Portanto, não há que o que associar essa decisão a qualquer vínculo com o atual governo". A nota ainda afirma que o partido "é claro em relação à postura liberal na economia, mas responsável quanto às questões sociais que refletem a realidade do país". Conclui dizendo que para temas econômicos a "postura do partido será sempre colaborativa, reforçando o caráter conservador do Republicanos na busca pelo diálogo construtivo, longe de fanatismo e extremismo político".

Deputados como o Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Messias Donato (Republicanos-ES) não seguiram a orientação do partido, votando contrário ao arcabouço fiscal, à restruturação dos ministérios e à reforma tributária.

O atual presidente da Frente Evangélica na Câmara, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), que assumiu a presidência da Frente agora em agosto, fez uma publicação no Instagram defendendo que apenas dialoga com o presidente Lula, mas que não é de esquerda.

Atendendo a Gazeta do Povo, Câmara explicou que o número de deputados atuantes da Bancada Evangélica é de 129 e que, apesar de 220 deputados terem apoiado a criação da Frente Parlamentar Evangélica, muitos não possuem influência na prática. Para ele, as frentes "têm como objetivo defender, trabalhar e se organizar para o enfrentamento das matérias que dizem respeito aos temas que elas representam".

Segundo Silas, a bancada evangélica atuou para manter o princípio institucional da imunidade tributária às igrejas e na ampliação para instituições que tivessem alguma ligação com as igrejas. "A Frente Parlamentar Evangélica se coloca contra todas as matérias que afetam nossas bandeiras e a favor de todas as matérias, independente de qual partido seja, que melhora a vida do povo brasileiro", reitera.

Composição da Frente Evangélica

O Republicanos é o segundo partido com mais deputados federais compondo a Frente Evangélica (37). Em primeiro lugar está o Partido Liberal (PL) com 83 deputados e na terceira posição está o União com 23. O União também orientou seus filiados a votarem favoravelmente com o governo.

PSD, PP, MDB, Avante e PDT, que somados resultam em 50 membros da FPE, apoiaram o governo nestas três votações, além dos 15 deputados do PT.

Já o Novo, que possui apenas três deputados federais eleitos, sendo dois deles – Adriana Ventura e Marcel Van Hattem – apoiadores da Frente Evangélica, orientou seus parlamentares a se contraporem à reestruturação dos ministérios e ao arcabouço fiscal. Em relação a reforma tributária, os deputados estavam liberados para decidirem como iriam votar.

PL é a principal oposição

O PL continua fazendo frente quando o assunto é se opor a Lula. Apesar disso, alguns deputados federais do partido vão contra a posição da legenda e delibera convenientemente ao governo atual.

Mesmo com orientação de oposição, os deputados federais do PL que compõem a Frente Parlamentar Evangélica como Detinha (PL-MA), João Carlos Bacelar (PL-BA), Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Matheus Noronha (PL-CE) e Yury do Paredão (PL-CE) votaram "sim". Curiosamente, todos os deputados federais foram eleitos por algum estado do nordeste, região que o presidente Lula tem maior força.

Veja aqui como os parlamentares votaram em cada uma das decisões: 

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