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O atual sistema de bilhetagem da Urbs terá de ser revisto com a chegada do metrô | Hugo Harada
O atual sistema de bilhetagem da Urbs terá de ser revisto com a chegada do metrô| Foto: Hugo Harada

Exemplo

A tendência de complementaridade de modais já existe em São Paulo, com estações de metrô interligadas a terminais de ônibus. A lógica, inclusive, foi usada recentemente para justificar a reorganização de 45 linhas de bairros periféricos da zona leste da capital paulista, que tiveram seus trajetos encurtados até terminais.

Comparação

Em busca de novo sistema, prefeitura visita outros modelos

A empresa Metrocard, que tem sede em Curitiba e presta serviço para alguns municípios da região metropolitana, mostrou seu sistema na última semana para representantes dos órgãos e empresas que administram o transporte público em Curitiba e municípios vizinhos. O objetivo é estudar modelos distintos para uma nova integração na RMC. Ela poderá ser feita por meio de tarifas diferenciadas para quem viaja fora dos horários de pico e descontos para quem comprar determinado número de viagens de uma única vez. "Mas quanto maior a possibilidade de integração, maior serão os custos para o sistema. Por isso, é importante mantê-lo equilibrado", pondera Roberto Gregório da Silva Júnior, presidente da Urbs.

O sistema de integração do transporte de Curitiba deverá ser repensado se o projeto do metrô realmente sair do papel, como anunciado na última terça-feira pela presidente Dilma Rousseff. Atualmente, há três formas de integração na cidade: física, por área/tempo e temporal – atualmente a menos usual, mas que poderá ser ampliada após a conclusão de um estudo feito em parceria com o Banco Mundial. Certo é que o novo projeto do metrô já prevê alteração nos itinerários de linhas de ônibus para que elas se complementem ao transporte metroviário.

INFOGRÁFICO: Confira como poderá funcionar o sistema de integração BRT-Metrô

De acordo com dados da Urbanização de Curitiba (Urbs), diariamente 2,3 milhões de passageiros são transportados pela Rede Integrada de Transporte (RIT) – sendo 1,1 milhão pagante. A diferença se deve às gratuidades e às integrações, principalmente aquelas realizadas dentro de um dos 30 terminais de integração ou nas 364 estações-tubo – onde é possível desembarcar e reembarcar sem o ônus de uma nova tarifa.

Já a integração temporal é responsável por 50.184 viagens mensais em Curitiba e está restrita ao Interbairros I – cujos passageiros que pagaram com cartão podem reembarcar em um prazo de até duas horas sem pagar uma nova tarifa em qualquer estação ou ônibus da cidade. Além disso, outras quatro linhas adotam o sistema temporal/matricial no qual, além da limitação do horário, a integração é realizada em pontos pré-determinados do sistema.

Com a entrada do metrô nesse cenário, a bilhetagem deverá integrar os trens à rede composta por mais de 350 linhas de ônibus. Para tanto, Roberto Gregório, presidente da Urbs, planeja estimular a bilhetagem eletrônica. "Estamos trabalhando para ampliar a integração, discutindo as novas funcionalidades do cartão-transporte. Hoje, 55% das viagens são realizadas por meio desse pagamento. Pensando na inserção do metrô, estamos junto com o Banco Mundial buscando formas de aprofundar a integração dos modais."

O consórcio Triunfo Participações e Investimento prevê que 14 linhas de ônibus terão como ponto final as estações metroviárias.

Bilhete Único de SP atende 1 em cada 3 usuários

Lançado em maio de 2004, o Bilhete Único de São Paulo permite que a pessoa faça quatro viagens distintas de ônibus pagando apenas uma passagem em um prazo de três horas. O custo da tarifa lá é de R$ 3. Essa integração foi responsável por 81,4 milhões dos 248,3 milhões de passageiros transportados em setembro deste ano – 33% do total. Já para quem usa os trens do Metrô e da CPTM, em um prazo de até três horas, o custo de uma passagem em um dos ônibus de São Paulo fica em R$ 1,65 – o mesmo vale para quem faz o caminho inverso. Os dados de setembro, último mês disponível, indicam que esse tipo de integração foi responsável por 6% das viagens nos ônibus (13,8 milhões).

Desde 2011, a população de São José dos Pinhais também já conta com a integração temporal para viagens dentro do município. No início, para reembarcar, o passageiro tinha de arcar com o custo adicional de meia tarifa. No ano passado, as regras foram alteradas fazendo com que a integração passasse a ser gratuita para uma viagem adicional dentro do período de uma hora. Para linhas urbanas, o valor da tarifa é de R$ 2,60 para quem usa o cartão Vem. As linhas rurais e centro também contam com sistemas de integração.

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