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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou uma parceria que está sendo firmada com o Ministério do Trabalho para amparar aqueles que ficam desempregados por causa das operações de combate ao desmatamento. A ideia que vem sendo discutida é o repasse emergencial de cestas-básicas para as famílias que perderam suas atividades econômicas e a concessão de seguros-desempregos durante alguns meses. Parte dessas medidas seria financiada com a venda dos produtos ilegais apreendidos, em leilões (soja, bois-piratas e madeira ilegal).

O ministro voltou a falar que é preciso acelerar o Plano Amazônia Sustentável (PAS), que prevê alternativas para quem hoje exerce atividades predatórias e disse que, a partir de abril, o dinheiro do Fundo Amazônia poderá começar a ser empregado para fortalecer a economia florestal sustentável na região.

Ações repressivas

O coordenador-geral de Zoneamento do Ibama, George Porto Ferreira, presente à coletiva de imprensa convocada por Minc para comentar os dados do Imazon, disse que a meta para este ano é integrar ainda mais as ações repressivas com a Polícia Federal, que no ano passado aumentou em 25% o efetivo policial na Amazônia. Ferreira informou que foi feita uma parceria com o governo do Japão para que o Brasil use dados do satélite Alos, capaz de "enxergar" através das nuvens. Atualmente, os dados do Imazon são levantados a partir de imagens dos mesmos satélites que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) utiliza.

A redução do desmatamento no ano passado, que entre novembro e dezembro chegou a 94%, com relação ao mesmo período de 2007, foi questionada porque até 73% da área analisada estava encoberta por nuvens. Com as imagens do satélite japonês, que no próximo mês já fornecerá os primeiros dados sobre o desmatamento na Amazônia, o resultado é mais preciso.

O coordenador do Ibama disse que, este ano, as ações repressivas serão redirecionadas para áreas menores. Segundo ele, o desmatamento já não ocorre em grandes polígonos e agora está mais pulverizado. Outro movimento identificado pelo Ibama foi a migração dos desmatadores para áreas vizinhas. O Maranhão, cujo desmatamento não preocupava, passou para o terceiro lugar no ranking de maior estado desmatador, desbancando Rondônia dessa posição, segundo Ferreira.

De acordo com o Ibama, o órgão passará a agir com mais equipes formadas por um menor número de funcionários, dando mais mobilidade às operações. Ferreira informou que há hoje quatro helicópteros para fiscalizar o desmatamento e este ano esse número será ampliado para oito. O delegado Álvaro Palharini, da Polícia Federal, fez um balanço da ação antidesmatamento no ano passado: ao todo foram 469 ações, 187 prisões e 147 buscas e apreensões.

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