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O Ministério da Saúde confirmou que já há epidemia de dengue em municípios de cinco Estados do País: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima e Goiás. Ainda segundo a pasta, com a maior movimentação de pessoas no carnaval, há maior risco de que a doença - até agora concentrada em áreas de menor densidade populacional - se espalhe.

"Há sempre o risco de o carnaval mudar o comportamento da epidemia", afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Evelim Coelho. As autoridades da saúde consideram que há epidemia quando a incidência da doença atinge 300 casos por 100 mil habitantes.

No início do mês, o governo federal já havia alertado sobre o risco de epidemia por causa da volta do vírus tipo 1 da dengue, que não circulava havia dez anos. A ausência de infecções pelo sorotipo faz com que muitas pessoas, principalmente crianças, ainda não estejam imunizadas contra ele, o que facilita o crescimento de casos. Segundo a pasta, São Paulo, Rio, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Roraima, Tocantins e Piauí são os locais de maior risco por já terem a predominância do "novo" vírus.

De acordo com Coelho, um fato tranquilizador, por enquanto, é que não houve registros de aumentos significativos da doença em São Paulo, Rio, Salvador, Fortaleza ou Belo Horizonte.

No entanto, a doença já é epidemia em 10 cidades de Mato Grosso do Sul, entre elas a capital, Campo Grande, segundo afirmou nesta quarta-feira (17) o médico responsável pelo setor epidemiológico do Estado, Eugênio Barros. A capital lidera a lista com 7.229 suspeitas registradas durante janeiro deste ano, das quais 826 confirmadas. No mesmo mês do ano passado, foram registradas 149 notificações com 16 confirmadas.

Além de falta de colaboração da população, Barros admite que o veneno utilizado contra o mosquito falhou. "Passamos para um composto para matar a larva e o mosquito adulto que parece não estar dando resultado."

No interior de São Paulo, já há epidemias em São José do Rio Preto e Araçatuba, onde a prefeitura decidiu multar moradores que deixam água parada nos imóveis e donos de terrenos, de obras em construção e de imóveis desabitados.

Outros locais estão sob risco. Em Ribeirão, onde o índice já é de 178/100 mil, o município iniciou nebulizações. No Guarujá, apenas em janeiro já há 130 casos confirmados (contra 81 ao longo de 2009) e 700 suspeitos. Se 100% dos exames derem positivos, a cidade passará a ter 830 casos, ou seja, 269 doentes por 100 mil.

Clima quente

O verão excepcionalmente quente associado à aproximação do período de chuvas aumenta o perigo de epidemias de dengue, devido à aceleração do ciclo reprodutivo do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

De acordo com o entomologista Rafael Freitas, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), o calor reduz em cerca de 40% o tempo que o inseto leva para se desenvolver e chegar à vida adulta, quando se transforma em vetor. "Em uma temperatura de 22º C a 25º C, o desenvolvimento do mosquito leva 14 dias. De 30º C a 33º C, o tempo pode cair para oito dias", explicou.

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