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Relembre a trajetória de vida de Zilda Arns nas imagens exibidas pelo programa Meu Paraná

Trabalho da Pastoral da Criança começou na cidade de Florestópolis, interior do Paraná

Vida dedicada à saúde pública

Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Leia o perfil completo

  • Logo após a missa, caixão com o corpo de Zilda Arns foi carregado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, no qual seguiu para o Cemitério da Água Verde
  • Mensagem enviada por Dom Paulo Evaristo Arns sobre a irmã
  • Filhos e netos de Zilda Arns falaram sobre a médica em coletiva à imprensa
  • Marie-Pierre Poirier, representante da Unicef no Brasil:
  • Fila de visitantes para o velório
  • A senadora Marina Silva (PV) esteve no velório na manhã deste sábado
  • O ex-governador Jaime Lerner participou do velório na manhã deste sábado
  • Familiar coloca a figura de um anjo sobre o caixão da médica
  • Sabrina observa o caixão ao lado do porta-retrato da avó Zilda Arns
  • Presidente Lula comparece a velório de Zilda Arns
  • A fila de pessoas para dar o último adeus a Zilda Arns permanecia durante a noite
  • A irmã mais velha da médica, Otília, chora em frente à urna funerária de Zilda Arns
  • Luciano Ducci, Beto Richa e Álvaro Dias acompanham velório de Zilda
  • Governador de São Paulo, José Serra também acompanhou o velório
  • Visitante reza com o terço na mão durante a fila para o velório
  • Visitação do público tem cenas de emoção na despedida de Zilda Arns
  • Fila de pessoas que aguardam para acompanhar velório ocupava toda a rampa de acesso ao Palácio das Araucárias
  • Zelia Arns Cunha, irmã de Zilda Arns, reza durante a oração no início do velório
  • Maria Neuza Rosa, 58 anos, carregava bandeira do Brasil ao chegar para o velório de Zilda Arns
  • Chegada do caixão de Zilda Arns no Palácio das Araucárias
  • Caixão foi levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros até o Palácio das Araucárias
  • Do aeroporto, o corpo seguiu em cortejo para o Palácio das Araucárias
  • Bombeiros carregam o caixão com o corpo da médica e missionária, que morreu durante o terremoto no Haiti
  • Por volta das 11 horas, 200 pessoas já formavam fila em frente ao Palácio das Araucárias, aguardando a chegada do corpo de Zilda Arns
  • Militares da Aeronáutica colocam em um carro do Instituto Médico Legal o caixão com o corpo da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns
  • Em 1983, a pedido da CNBB, Zilda criou a Pastoral da Criança
  • Pastoral atende quase 2 milhões de gestantes e crianças menores de seis anos
  • Zilda Arns com índios yanomamis em Roraima
  • Dia de pesagem das crianças na paróqui Sagrado Coração / 2005

A missa de corpo presente da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, que ocorreu entre as 14h20 e as 15h30 deste sábado (16), marcou a última despedida pública da fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança. A cerimônia, liderada pelo cardeal e arcebispo primaz do Brasil Dom Geraldo Majela Agnello, foi marcada pela comoção tanto dos estiveram no salão do Palácio das Araucárias, onde ocorreu o missa, como das pessoas que estavam do lado de fora do prédio e assistiram ao culto por meio de telões.

O caixão está sendo levado para o Cemitério Municipal da Água Verde, em um caminhão do Corpo de Bombeiros. O sepultamento será fechado ao público, restrito apenas a familiares e amigos próximos.

A estimativa da Polícia Militar (PM) é que entre 150 e 200 pessoas tenham acompanhando o culto pelos telões e outras 150 do lado de dentro do Palácio. Logo no início da cerimônia, o clima era de tristeza entre os presentes. Enquanto imagens de Zilda Arns eram exibidas, cabeças baixas e lágrimas dominavam o grupo. A curitibana Marisa Guerra Borchardt não teve nenhuma ligação direta com a médica, mas, por admirar seu trabalho, compareceu à Praça Nossa Senhora de Salete para ver a missa. "Acho que a Igreja poderia ter divulgado mais essa cerimônia. Ela merecia muito mais do que o que está acontecendo hoje", comentou.

O casal Anete dos Santos Machado e Luiz Carlos Machado, voluntários da Pastoral em Rolândia, Norte do estado, vieram a Curitiba acompanhar a missa. Bastante emocionados, contaram à reportagem que estiveram com Zilda no dia 9 de outubro, na sede da entidade em Florestópolis, onde teve início a ong em 1983. "O modo de vida que ela levava, chamando todos para fazer o bem foi o que nos motivou a vir até aqui", disse Luiz Carlos. Os dois vieram em uma caravana, com cerca de outras 40 pessoas de Florestópolis, que chegou às 7 horas em Curitiba, exclusivamente para a despedida de médica.

Velório

A visitação pública ao velório foi encerrada às 13h30 deste sábado. Ao longo do período de visitação, mais de 7 mil pessoas passaram pelo Palácio das Araucárias, segundo estimativa da PM. Diversas autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estiveram em Curitiba para o último adeus à médica.

Neste sábado, o dia começou com pouco movimento e sem filas para visitação ao velório. No início da tarde, filhos e netos de Zilda deram uma entrevista coletiva à imprensa, na qual falaram sobre aspectos pessoais da vida da missionária. Segundo eles, era desejo da médica morrer trabalhando.

Segundo a assessoria de imprensa da Pastoral da Criança, ao longo da madrugada deste sábado diversas caravanas de voluntários da entidade, vindos do interior do Paraná e de estados como Santa Catarina, Bahia e Ceará, passaram pelo local. Ônibus vindos de outras localidades do país ainda devem chegar até o início da tarde para participar da missa de despedida à Zilda.

Maria Olinda da Silva, de 78 anos, é voluntária da Pastoral há 20 anos e, embora more em Aracaju (SE), a mais de 2,5 mil quilômetros de Curitiba, fez questão de dar o último adeus à amiga, que conheceu quando morava na Bahia. Veio de avião, com uma colega. "O que me impressionava é que quando andava com ela pela Bahia, todos a viam como uma santa, queriam tocá-la, pediam autógrafos, e ela não negava nenhum pedido. Falava com cada uma das pessoas", lembra.

Autoridades se despedem de Zilda Arns

O reconhecimento do papel de Zilda como articuladora de políticas públicas para a população ficou evidente com a passagem de diversas autoridades por seu velório. Lula chegou ao local por volta das 20h30 de sexta-feira. Primeiramente, ele se reuniu com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB) e depois se encontrou com familiares de Zilda Arns. O presidente veio a Curitiba acompanhado de uma comitiva de trinta pessoas, entre ministros e assessores, inclusive a ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff.

Leia aqui o que parentes e autoridades falaram sobre Zilda Arns

Neste sábado, estiveram pelo local Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef no Brasil, a senadora Marina Silva (PV-AC), o ex-governador do Paraná Jaime Lerner, o ex-prefeito de Curitiba e secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal, Cassio Taniguchi, e o deputado federal Angelo Vanhoni (PT).

Estiveram presentes, na sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), o senadores Alvaro Dias (PSDB), o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

Entre as lideranças religiosas da Igreja Católica que passaram pelo local estão Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, co-fundador da Pastoral da Criança; Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB); Dom Aldo Di Cillo Pagotto, arcebispo da Paraíba e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança; Dom José Antonio Peruzzo, Bispo de Palmas e Francisco Beltrão (PR) e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Pessoa Idosa; Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo de São Félix do Araguaia (MT), primo de Zilda; Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca (SP), representando Dom Paulo Evaristo Arns, impossibilitado de comparecer por motivos de saúde; Irmã Márian Ambrósio, presidente Nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil; Dom Moacyr José Vitti, arcebispo metropolitano de Curitiba; Dom Dirceu Vegini, bispo auxiliar de Curitiba; Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá; Dom Raimundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente do Celam; Dom Nelson Westrup, bispo de Santo André; e Dom Orlando Brandis, bispo de Londrina.

Segundo a Pastoral da Criança, participaram da última homenagem à Zilda representantes de várias outras tradições religiosas, entre os quais o monge hindu Swami Nirmalatmananda.

Chegada ao Brasil

O caixão com o corpo da missionária chegou por volta das 11h30 de sexta ao Palácio, depois de ser levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba.

O avião que trouxe o corpo da médica do Haiti chegou por volta das 3h30 em Brasília, e partiu às 8h30 da base da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Paraná. No Aeroporto Afonso Pena, o avião pousou por volta das 10h20.

O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, acompanhou o transporte do corpo desde o Haiti. Cerca de 50 familiares foram autorizados a ir até a pista do aeroporto para acompanhar a retirada do caixão da aeronave. Do terminal, a urna funerária seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela PM e seguido por carros de parentes de Zilda.

Logo que chegou ao Palácio das Araucárias, por volta das 11h30, a urna funerária foi diretamente levada à sala onde acontece o velório, mas as portas do prédio não foram imediatamente abertas ao público. Entre as 11h45 e 12h15, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração à Zilda no local do velório. Ele fez um agradecimento ao trabalho da missionária.

Flores

Segundo os familiares, seria o desejo de Zilda Arns que no lugar de coroas de flores, fossem feitas doações para o trabalho da Pastoral da Criança. Quem quiser fazer contribuições deve acessar o site www.pastoraldacrianca.org.br.

A tragédia

Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República.

A médica havia chegado a Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para a sexta-feira (15).

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