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A polícia ocupou neste domingo (3) o Complexo do Caju, na zona portuária, e na Barreira do Vasco, na zona norte do Rio. No Parque Nossa Senhora da Penha, uma das 13 favelas do complexo, onde o Batalhão de Choque estabeleceu uma base, os moradores reagiram bem à presença militar. Diziam que os policiais "entraram cumprimentando a gente e nem bateram em ninguém".

No fim da tarde, o churrasco acontecia normalmente, com as TVs nas portas das casas sintonizadas no jogo entre Flamengo x Botafogo. Programa também compartilhado com alguns militares que penduraram os fuzis e não tiravam os olhos das telinhas.

A festa infantil também foi garantida na pequena quadra poliesportiva na entrada da comunidade.

Uma breve caminhada pelos becos é suficiente para verificar que não há asfalto, sobram buracos, falta iluminação estável, sobra lixo. Limpeza, reclamam os moradores, é só para quem "paga caixinha". Transporte público é raro, precário e distante.

O desempregado Valério Diniz Vargas, 34, tio de uma cadeirante, afirma que ali é muito complicado viver com a adolescente. "Não tem como andar com ela aqui. Olha para a cadeira! Está quebrada, precisa de uma nova, mas aqui vai quebrar sempre. As escolas não aceitam ela, não tem van para levar ela pro hospital".

A copeira Irene da Conceição Monteiro, 44, mãe de sete filhos, também reclama de falta de vaga nas escolas. "Já tentei tudo, mas não consegui colocar minha menina de 11 anos em nenhum lugar. Ela está sem estudar e eu sei que, por causa disso, também vou perder o bolsa família", lamentou.

Para uma professora da rede municipal, 43, que pediu para não ter o nome publicado, a primeira providência da Prefeitura tinha de ser um mutirão de limpeza. "Aqui tem muita carcaça, muito pneu, muito lixo. Se tirassem isso daqui, ficaria mais seguro voltar para casa e melhoraria as condições de saúde". Outra reclamação dela é reforçada pela comunidade: "Falta sinal. Não tem uma faixa para as crianças atravessarem na porta da escola. Ninguém respeita pedestre nenhum."

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