• Carregando...

Morreu na madrugada de domingo um bebê de 1 ano e 4 meses que tinha uma forma grave de epilepsia e que tinha recebido autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia poucos dias para importar uma pasta natural de CBD (canabidiol), um composto não psicoativo presente na maconha.

Segundo Katiele Fischer, amiga de Camila Guedes, mãe do bebê, a criança tinha a síndrome de Dravet e entrou em um quadro grave na última quinta-feira.

Na última semana, a diretoria da Anvisa discutiu a alteração na classificação do CBD, com a expectativa de que a mudança facilitasse a importação da droga. O CBD tem sido usado com pacientes com síndromes epiléticas graves e outros quadros, como doença de Parkinson, como uma alternativa a tratamentos tradicionais que não apresentam os efeitos desejados e como forma de atenuar quadros muito graves.

De acordo com Katiele, Camila tinha conseguido autorização da Anvisa para importar o CBD dos Estados Unidos, e a criança havia começado a tomar o produto havia poucos dias. "A Camila foi a primeira pessoa que conseguiu [a autorização de importação da Anvisa] pela via administrativa, sem ordem judicial. Ela comprou e [o pacote] ficou 40 dias parado, em trâmite. Um misto de Receita Federal, com impostos, a própria Anvisa, alfândega. Cada um teve sua contribuição para a demora de 40 dias para ter acesso. Ele já estava tomando, mas há poucos dias, não tinha dado o prazo para ter efeito", diz Katiele.

A amiga, no entanto, é cautelosa ao ligar a demora à morte da criança. "Nunca vamos ter a resposta, a síndrome é muito difícil", diz.

A Anvisa determinou a abertura de uma investigação específica para apurar o caso, uma vez que o produto foi importado por meio de uma autorização especial. De acordo com a agência, a espera de familiares de Gustavo para obtenção do produto não foi provocada pela Anvisa. O pedido foi feito dia 9 de abril e a decisão, concedida dia 17 do mesmo mês. Ainda de acordo com a Anvisa, a morte da criança não vai modificar a forma como a agência está lidando com o tema.

Enquanto a decisão da Anvisa sobre o canabidiol não é tomada, a avaliação sobre a importação do produto é feita caso a caso. Até o momento, a agência liberou três de nove pedidos para importação da substância, que nos EUA é vendida como suplemento alimentar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]