
Os motociclistas que trabalham com serviços de motofrete em Curitiba terão uma nova reunião na sede da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), na próxima quarta-feira (22), para conversar sobre o cadastramento obrigatório que precisam fazer para continuar trabalhando. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (17), após uma reunião na sede da prefeitura. Cerca de 150 motofretistas realizaram protestos pelas ruas centrais da capital durante esta sexta-feira contra o cadastramento obrigatório, que começou na semana passada.
O protesto começou por volta das 11 horas, quando os manifestantes bloquearam, por cerca de 10 minutos, o cruzamento das avenidas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto, no Centro. Depois de um ato no local, o grupo partiu em direção ao Centro Cívico, onde realizou manifestações em frente ao prédio da prefeitura municipal. O trânsito ficou complicado no cruzamento da Lysimaco Ferreira da Costa com a Avenida Cândido de Abreu, com a formação de filas de veículos.
Na prefeitura, representantes do movimento foram recebidos pelo Diretor de Transportes da Urbs, Fernando Ghignone, pelo gestor da área, José Carlos Gomes Pereira Filho e pelo superintendente da Secretaria Municipal de Governo. Depois da prefeitura, o grupo seguiu até a sede da Urbs, na rodoferroviária de Curitiba, onde ficou por cerca de 10 minutos. Os motociclistas fizeram muito barulho, por volta das 14 horas, em frente à Urbs, e foram embora em seguida.
O grupo reclama da obrigatoriedade do cadastro, principalmente por conta dos custos exigidos para a obtenção de documentação e para a realização do curso de capacitação específica para o serviço, também obrigatório. Na quarta-feira (15), os motociclistas haviam bloqueado o cruzamento das Marechais em razão da mesma reclamação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana (Sintramotos), Tito Mori, afirmou que é contrário a esses tipos de protestos. "Aprovamos esse cadastro da Urbs, conseguimos garantir os direitos trabalhistas dos motofretistas e somos contra a baderna, que está sendo patrocinada por gente má intencionada", afirmou Mori.
Cadastramento
De acordo com a assessoria de imprensa da Urbs, mais de 1.200 motofretistas compareceram para fazer o cadastramento durante a primeira semana em que a lei municipal está em vigor. Nesta primeira semana 50 já foram feitos e os profissionais estão prontos para fazer o curso obrigatório previsto pela regulamentação da atividade.
O curso será ministrado a partir de maio pelo Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat) em parceria com a Urbs e Ministério do Trabalho. O cadastramento é uma exigência da lei municipal 11.738/06 e do decreto municipal 742/08 e por isso é obrigatório para os atuais prestadores de serviço e para todos que pretendem trabalhar com motofrete.
Segundo a Urbs, a lei e o regulamento da atividade de motofretista foram elaborados a partir de discussões com os representantes da categoria. O serviço de cadastramento está funcionando nas salas 54 e 55 no 1º andar do bloco estadual da Estação Rodoviária de Curitiba, na Avenida Affonso Camargo, 330, bairro Jardim Botânico.
A partir de agora o cadastramento de motofretistas será permanente na Urbs, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Depois de cadastrados na Urbs, os motofretistas deverão fazer o curso de capacitação que custa R$ 47, mas será gratuito para os primeiros seis mil cadastrados. Tanto os profissionais autônomos quanto os empregados em empresas deverão fazer o cadastro.
Estima-se que existam na cidade cerca de 20 mil trabalhadores neste ramo. Depois de fazer o cadastro e passar pelo curso de capacitação, o motofretista receberá uma licença para trafegar, que será fixada na parte traseira da caixa de entregas da moto.



