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O Ministério Público Estadual (MPE) pediu abertura de inquérito policial para apurar se houve homicídio culposo ou qualificado no caso do rompimento da barragem Algodões 1, em Cocal da Estação, Piauí. O promotor Maurício Gomes de Souza não quis apontar quem seriam os responsabilizados, mas revelou que todos os envolvidos no processo serão indiciados. "Tratava-se de uma tragédia anunciada, por isso, cabe o inquérito por homicídio", diz Marco Túlio Caminha, procurador da República.

"Deixamos isso a critério do promotor Maurício Gomes, mas estamos compartilhando informações." Segundo ele, o promotor tinha aberto uma ação cautelar, baseado no alerta da presidente da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi), Lucile Moura, de que a barragem se romperia em 20 horas. "O objetivo da ação era afastar as famílias do local até cessar o perigo", explica Caminha. "Mas depois de removidas, as famílias retornaram." As pessoas foram retiradas no dia 13 de maio, 14 dias antes da tragédia. O promotor afirma que existia uma ação civil pública que ordenava o Estado, o município e a Emgerpi a retirar, mesmo à força, as famílias do local. Muitas delas, no entanto, recusaram-se a sair.

O promotor Maurício Gomes de Souza pediu investigação sobre enterros clandestinos na região de Cocal da Estação. Segundo ele nas comunidades isoladas os parentes estão enterrando corpos encontrados sem informar as autoridades. Souza suspeita que o número de mortes é bem superior às oito registradas. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), informou que são 1.050 famílias atingidas e, dessas, 770 tiveram as casas destruídas. Ainda existem muitas famílias em áreas de risco, que terão as moradias reconstruídas.

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