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Vanessa Rocha usou um megafone para protestar contra a médica | Jonathan Campos/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Vanessa Rocha usou um megafone para protestar contra a médica| Foto: Jonathan Campos/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

Uma mulher promoveu, nesta quinta-feira (21), uma manifestação solitária contra a decisão da Justiça que libertou a médica Virgínia Helena Soares de Souza, acusada de envolvimento em uma série de mortes de pacientes do Hospital Evangélico de Curitiba. Com um cartaz e um megafone, ela permaneceu por mais de cinco horas na Boca Maldita, protestando e pedindo que a médica seja reconduzida à prisão.

Identificada como Vanessa Rocha, a manifestante acusa Virgínia de ter provocado a morte de sua mãe, que foi paciente do Evangélico. "Minha mãe não morreu de causas naturais, ela era paciente da Dra. Virgínia S. de Souza" (sic), diz o cartaz que ela carregava. A mulher não quis dar detalhes do caso à reportagem e se limitou a dizer que deve prosseguir com as manifestações nos próximos dias.

Na quarta-feira (20), a 2ª Vara Criminal de Curitiba aceitou o pedido da defesa da médica e determinou que Virgínia fosse posta em liberdade. Ela deixou o Centro de Triagem I por volta das 16h15, após ter ficado presa por um mês.

MP-PR vai recorrer da decisão que libertou médica

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) foi notificado, na tarde desta quinta-feira, da decisão que libertou a médica e adiantou que vai recorrer. O prazo para o órgão apresentar recurso é de cinco dias, mas o MP-PR disse que deve efetivar sua contestação antes deste prazo.

O promotor Paulo Lima avalia que, diante da repercussão do caso e pelo fato de Virgínia ter sido apontada como "chefe da quadrilha" ao longo das investigações, ela deve permanecer presa até o julgamento. Ele vai analisar a decisão judicial, para elaborar o recurso.

Mortes em UTI

Na última semana, a Justiça aceitou denúncia criminal oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra oito profissionais de saúde que são ou foram ligados ao Evangélico. Eles são acusados – cada um, a seu tempo – de envolvimento em sete mortes ocorridas na UTI Geral do hospital, entre 2006 e janeiro deste ano.

Segundo a denúncia do MP-PR, os profissionais da saúde abreviaram a vida dos pacientes com o objetivo de "girar a UTI", ou seja, de abrir novas vagas no centro médico. Segundo o documento, os acusados agiariam como se tivessem o poder de decretar quais pacientes teriam o direito a permanecer vivos no centro médico.

Além de Virgínia, também foram denunciados por homicídio os médicos Maria Israela Cortez Boccato; Edison Anselmo da Silva Júnior; e Anderson de Freitas; e as enfermeiras Patrícia Cristina de Goveia Ribeiro e Lais da Rosa Groff.

Outras duas pessoas foram denunciadas pelo crime de formação de quadrilha - a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes – mas elas não chegaram a ser presas.

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