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Obra da fábrica em Ortigueira: autossustentável  em energia. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Obra da fábrica em Ortigueira: autossustentável em energia.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Uma indústria que além de produzir papel também gera energia – e muita, suficiente para abastecer uma cidade como Londrina, com mais de meio milhão de habitantes. Assim será a nova fábrica da Klabin, que está sendo construída em Ortigueira, nos Campos Gerais, e deve começar a operar em março de 2016. Restos de madeira, água e produtos químicos usados na produção de celulose serão capazes de gerar até 330 megawatts. A título de comparação, a Usina Hidrelétrica de Mauá, em Telêmaco Borba, inundou quilômetros de área e custou R$ 1,4 bilhão para gerar 361 megawatts.

O diretor de Planejamento, Projetos e Tecnologia Industrial da Klabin, Francisco Razzolini conta que partes das árvores não usadas na produção, como cascas e galhos finos, viram biomassa, queimada numa caldeira para gerar vapor. Depois de aplicados sulfetos (enxofre) e soda para dissolver a madeira, o resíduo é um líquido chamado de licor negro, rico também em lignina e açúcares da madeira. Ao final do processo, a água é evaporada, girando turbinas, e os compostos orgânicos são queimados. Sobram apenas os produtos químicos, que são reutilizados. O sistema ainda tem a vantagem de ser em circuito fechado – ou seja, os produtos usados são reaproveitados, sem resultarem em dejetos e efluentes. A fábrica, portanto, será autossuficiente em energias renováveis.

Da energia gerada, 120 megawatts serão usados na operação da indústria. Mas a empresa estima que, mesmo sem usar a capacidade máxima do sistema, será possível “devolver” ao sistema energético 150 megawatts – cenário que ficou ainda mais rentável com os recentes aumentos na energia elétrica. Assim, o investimento aproximado de R$ 600 milhões em todo o sistema de energia deve “se pagar” em cinco anos. Razzolini conta que será gerada mais energia em Ortigueira do que em Telêmaco Borba, onde a Klabin tem uma fábrica. Além dos avanços tecnológicos dos últimos anos, na indústria que está em funcionamento é produzida celulose marrom, que usa a lignina.

O que a Klabin aprendeu com os impactos de uma megaindústria

Iniciativas adotadas durante a construção da fábrica em Ortigueira resultam em menos efeitos negativos em comparação com a obra realizada em Telêmaco Borba.

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