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Mais de 800 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas que atingiram o PR em junho | Brunno Covello / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Mais de 800 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas que atingiram o PR em junho| Foto: Brunno Covello / Agência de Notícias Gazeta do Povo

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Pouco mais de um mês após a primeira ocorrência de chuva forte que atingiu o Paraná em junho, 9.041 pessoas continuam fora de suas casas. Segundo dados da Defesa Civil estadual, até esta quarta-feira (9), 7.954 moradores seguem em abrigos públicos, enquanto outros 1.087 aguardam o retorno para suas residências em casa de amigos, vizinhos ou familiares. No mês passado, três fortes eventos climáticos registrados no Paraná afetaram, de alguma maneira, quase 840 mil pessoas, em 164 municípios. Além de uma das maiores inundações já vistas, as chuvas e os fortes ventos danificaram e destruíram casas, prédios públicos e causaram 11 mortes.

Os impactos mais fortes foram sentidos por municípios localizados nas regiões Oeste, Sudoeste, Sul e Centro-Sul do Paraná. 152 cidades decretaram situação de emergência e duas estão em estado de calamidade pública: Bituruna e União da Vitória.

Em União da Vitória, a enchente atingiu 40% da área urbana do município, onde cinco mil pessoas permanecem desalojadas e 280, desabrigadas. "Em torno de 15 a 20% das pessoas que chegaram a ficar fora de casa ainda não voltaram. Elas estão esperando baixar bem, ter certeza, fazer limpeza e reformas, para então voltarem", disse o coordenador da Defesa Civil do município Marco Antonio Coradin.

Segundo Coradin, não há mais residências alagadas em União da Vitória. O Rio Iguaçu que corta a cidade chegou a atingir 8,15 metros – 5,5 metros a mais do que a altura normal. Foi a terceira pior cheia da história, ficando atrás apenas das enchentes de 1983 e 1992, quando as medições chegaram a, respectivamente, 10,40 metros e 8,89 metros. Conforme monitoramento hidrológico realizado pela Copel, a altura do rio na tarde desta quarta-feira era de 3,72 metros. "Abaixo de cinco metros [o nível do rio] não apresenta problema. Em anos anteriores a prefeitura conseguiu realocar mais de mil famílias, o que minimiza o impacto quando o rio está em menos do que seis metros", afirmou o coordenador.

Em Rio Negro, que também foi parcialmente desolada pelas inundações, O Rio Iguaçu está um metro acima da altura normal, que é de 1,5 metros. No ápice da enchente, rio chegou a atingir uma altura nove veze maior, danificando 1.056 casas e destruindo 24 residências. Até hoje, 50 pessoas ainda estão desabrigadas e outras 88 seguem desalojadas.

Nelson Furtado, coordenador da Defesa Civil em Rio Negro, acrescenta que o total de desalojados representa 22 famílias. Elas tiveram suas casas totalmente destruídas, e agora aguardam a instalação de casas populares em um terreno adquirido pela prefeitura para recomeçarem a vida longe das águas.

As residências, de modelo pré-fabricado, já foram adquiridas pela administração municipal e devem ser erguidas até o final do ano. Até lá, estes moradores – que hoje estão abrigados em um ginásio de esportes – irão viver em casas alugadas com a ajuda de uma bolsa de aluguel social.

Recursos

Não foram poucos os prejuízos trazidos pelas chuvas no Paraná no mês passado. Tanto que os estragos podem ultrapassar R$ 1 bilhão, conforme estimativas da Defesa Civil do estado.

Até agora, o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, enviou R$ 7,4 milhões em recursos para o Governo Estadual. A última liberação de recurso foi no dia 30 de junho, quando foram destinados R$ 3,5 milhões. Deste total, R$ 3,15 milhões eram para aquisição de óleo diesel e R$ 396 mil para a compra de 6.894 kits de higiene e limpeza. Na mesma data, foram disponibilizados mais 5.400 kits de limpeza e 5.706 de higiene pessoal (orçados em R$ 645,3 mil). O Governo Federal havia entregado 14.200 kits de alimentos (no valor de R$ 1,1 milhão) e 12.200 kits dormitórios (R$ 2 milhões). Ainda entram na conta apoio de helicópteros do Exército Brasileiro (R$ 90 mil); implantação de três pontes móveis (R$ 570 mil) e ações de socorro, sob responsabilidade do Exército (R$ 105 mil).

Estradas

O pedido de R$ 162,8 milhões feito pelo governo paranaense para ajudar na reconstrução dos 1.755 quilômetros de estradas prejudicadas ainda não foi analisado. Segundo a Defesa Civil do PR, para que o valor seja apreciado pela União é necessário finalizar um plano de trabalho que especifique todos os danos nas rodovias.

Os trabalhos estão sendo realizados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura. Mas a assessoria de imprensa da pasta não foi localizada para informar sobre quando o projeto será finalizado e, então, encaminhado ao Ministério da Integração Nacional.

Escolas

Na semana passada, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) pediu ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) R$ 339 mil para a compra de mobiliário das 51 escolas estaduais danificadas pelas chuvas. Entre os mobiliários que precisam ser trocados nas escolas estão carteiras e cadeiras para os estudantes, mesas, armários, fogões, freezers e refrigeradores.Procurada, a secretaria não havia informado até as 19h30 desta quarta-feira se o dinheiro foi liberado. Segundo a Seed, mesmo com os estragos, o retorno às aulas nestas instituições de ensino está mantido para 14 de julho, conforme prevê o calendário escolar.

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