Maior cidade do interior da Bahia, com cerca de 600 mil habitantes, Feira de Santana (a cerca de 100 km de Salvador) teve uma noite violenta na madrugada de ontem para hoje --período em que policiais baianos se aquartelaram em protesto contra a prisão do líder da greve que a categoria promoveu nesta semana. A Polícia Civil, que não entrou em greve, registrou cinco homicídios no município entre 19h de ontem e 7h de hoje. A média de homicídios na cidade é de um por dia. "O número de mortes é assustador. Nunca vi algo parecido aqui", afirmou o delegado Ricardo Brito, titular da 1º Coordenadoria Regional do Interior da Polícia Civil. Nos dois dias de greve, a cidade registrou 40 homicídios --patamar semelhante ao da capital baiana, que tem 2,6 milhões de habitantes, e 20 vezes superior à média diária da cidade. Na noite de ontem e na madrugada de hoje, grande parte dos PMs da cidade não foram para as ruas. O aquartelamento foi uma represália à prisão pela Polícia Federal, na sexta, de Marco Prisco, vereador em Salvador pelo PSDB e líder da greve que a corporação promoveu entre terça e quinta-feira. Segundo o delegado Ricardo Brito, a Polícia Militar começava a retomar os seus postos de trabalho no começo da tarde de hoje. A direção da Aspra (associação de praças liderada por Prisco) em Feira dizia, contudo, que havia PMs que resistiam a retomar as funções. O comércio permanecia quase todo fechado nas principais avenidas da cidade, como a Getúlio Vargas. onde apenas poucas farmácias funcionavam.
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