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Veja as intervenções necessárias para o desenvolvimento do Paraná, segundo especialistas |
Veja as intervenções necessárias para o desenvolvimento do Paraná, segundo especialistas| Foto:

Quando se fala em desenvolvimento, a primeira condição que costuma vir à cabeça é a execução de obras públicas. Com a intenção de tentar desvendar quais são as necessidades do Paraná, a Gazeta do Povo foi a campo e conversou com especialistas das áreas de saúde, educação, transportes e segurança, e listou quais são as ações prioritárias para o desenvolvimento do estado. O levantamento consolidado está no quadro ao lado, junto com as respostas das secretarias de estado e do governo de transição. A intenção é mostrar o que o estado precisa e o que será realmente feito pelo governo.

Grande parte das sugestões feitas pelos especialistas está contemplada de um modo ou de outro nos planos do governo. As necessidades estão aí e, de modo geral, são de conhecimento geral. O problema, porém, está efetivamente em desengavetar projetos, limpar a poeira deles e implementar as ideias. O próprio governo de transição admite que "não é possível, neste momento, estabelecer calendários de obras, sem antes conhecer em detalhes a real situação do estado".

O consenso, porém, é que o estado precisa urgentemente da ampliação e modernização do Porto de Antonina, do aeroporto Afonso Pena e de terminais do interior, de obras rodoviárias, ferroviárias, ampliação da estruturação da saúde em regionais, obras de saneamento, um up grade de vagas no sistema penitenciário e na estrutura física das escolas.

Transportes

Em algumas áreas, como o setor de transporte e logística, as obras são mais que esperadas. "Precisa­­remos de quatro governos para recuperar a falta de investimento de 30 anos", avalia o presidente do Conselho Regional de Enge­­nharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Álvaro Cabrini Júnior. "Perdemos muito tempo. Precisamos fazer muita coisa: integração modal, ferrovia, rodovia, aeroporto, hidrovia", concorda o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Jaime Sunye Neto.

Mas não é só isso. Os especialistas lembram que nem sempre apenas obras são suficientes para resolver os problemas e alavancar o desenvolvimento do estado. É preciso muito mais. As obras são, por assim dizer, ponto de partida. É preciso pensar no macro. No setor de transportes e logística, por exemplo, Cabrini Júnior, lembra que o alto custo do pedágio impede o desenvolvimento do estado. "Não há acesso alternativo."

Saúde

Na área de saúde, para o presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar), Renato Merolli, o mais importante, na verdade, nem são as obras. "Há uma enormidade de leitos ociosos, hospitais que já fecharam. Obra é bom para o governante por a placa. Temos problema de custeio para fazer com que aquela obra funcione", afirma.

Segundo Merolli, para o desenvolvimento do estado, é essencial melhorar o repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) e criar mecanismos de obrigatoriedade da execução do orçamento programado. "Há uma grande diferença entre a programação e a execução", diz. "É preciso criar uma escola de governança corporativa. Se o estado fizer isso, vai dar um salto sem construção", complementa.

Para o presidente da Associa­­ção Médica Paranaense, José Fernando Macedo, junto com obras para regionalização do atendimento médico, é necessário a criação de um plano de cargos e salários para fixar os profissionais no interior. Outra ideia, diz Macedo, é a criação de um mecanismo para que o médico possa atender pelo SUS em seu consultório. "O médico poderia ganhar um incentivo pela contribuição social, com desconto de imposto de renda, ISS (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natu­­reza) ou IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana)", sugere.

Educação e prisões

Maurício Kuehne, professor da Unicuritiba e ex-diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, lembra que é essencial para a segurança pública que efetivamente o preso seja tratado com dignidade, já que mais tarde ele voltará para o convívio social. "Se [o preso] vive em condições de animal, quando ele sair vai delinquir. Ele sai sem documento, com fome e sujo", afirma. "Penitenciária é como escola e hospital: quanto mais faz, mais precisa fazer. É preciso avaliar também se adianta ter tantos crimes [tipificados] e colocar tanta gente na cadeia."

Na educação, o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação no Para­­ná, Cláudio Aparecido da Silva, defende que, além de novas escolas, é preciso investir na política antidrogas, tendo a família como pilar de sustentação, e desonerar os municípios do transporte escolar. "Os municípios estão tendo de transportar alunos da rede estadual", diz.

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Interatividade

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